tag:blogger.com,1999:blog-54511904449414107242024-02-07T05:53:00.943-08:00Pátria Língua PortuguesaPátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comBlogger41125tag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-71839411686893110112012-07-13T18:51:00.000-07:002012-07-13T18:51:44.174-07:00GUERREIRO E CAVALCANTI<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="right" style="text-align: right;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: ""sans-serif"", "serif"; font-size: 14pt;">Teresa Rita Lopes</span></b><span style="font-family: ""sans-serif"", "serif"; font-size: 14pt;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span>A 30 de Junho passado, o Expresso publicou uma crítica, de António Guerreiro, sobre a biografia pessoana de Cavalcanti Filho, que me nomeia. Invocando a Lei de Imprensa, respondi com o texto que segue, que a direcção desse jornal me propôs apenas publicar como "carta ao Director", e com um quarto dos caracteres, o que naturalmente recusei. O que pretendo não é polemicar com o crítico mas lançar alguma luz sobre a tão debatida questão da sexualidade pessoana, fulcro da crítica em questão - o que não seria possível no exíguo espaço concedido.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span><strong><span style="font-size: x-large;">Guerreiro e Cavalcanti</span></strong></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span><span style="font-size: large;"><strong>(Observações a uma crítica que me nomeia)</strong></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt;">Contaram-me que há um ditado em Pernambuco (terra natal do Dr Cavalcanti Filho) que reza: “ Cavalga se não queres ser cavalgado”. É isso que ele faz, com denodo, desde que rebentou esta discussão sobre o valor da sua biografia (“quase autobiografia”). Até à publicação, no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Público</i>, da crítica que este jornal me solicitou, nenhum crítico se tinha ainda pronunciado a valer: só aplausos soltos de quem – na melhor das hipóteses –<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>tinha <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>sobrevoado as 700 e tal páginas da obra. Só agora António Guerreiro vem botar palavra sobre o livro. Mas não só. Bem que podia não me ter metido ao barulho! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas já que o fez, e por respeito para com os leitores de jornais (espécie em vias de extinção), vou ter que denunciar a sem-razão de umas flechas que este Guerreiro me lançou, recusando-me, contudo, a entrar em combate. Sou pacifista e as minhas batalhas são outras: uma quotidiana militância contra a incultura reinante e galopante e os que a cultivam e propiciam. (E particularmente contra o fétido lamaçal em que os próprios (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">soi- disant</i>) agentes da cultura patinham, à semelhança e por contaminação do que acontece sociopoliticamente falando.) Já me bastou ter que enfrentar, a pé, o Cavalcanti: ele tem hostes, fortuna, compadrios. Eu estou sozinha e desarmada – só com as minhas razões, obtidas através de uma vida de estudo. Sou um desarmado David, apenas com o recurso da funda e de alguma pedra ao alcance da mão, face a poderosos Golias. Mas, a cavalo ou a pé, a minha guerra não é a deles. Os investigadores científicos sabem que, para tudo investigar, ou quase tudo, sobre um certo macaco – só um exemplo - é necessário ir viver com ele umas dezenas de anos para a sua ilha, em dedicação exclusiva. Isto é válido para qualquer outro especialista. Para se escrever sobre um autor tão complexo que até é vários autores, tem que se ter com ele uma íntima lidação. Não basta saber por alto – ser generalista. (Que me perdoem os médicos generalistas, que muito prezo. É que me estava a lembrar da história de um homem que entrou numa igreja com uma nota na mão, e andou de altar em altar, com a evidente intenção de a depositar nalguma caixa de esmolas. Ao vê-lo sair, sem fazer a doação, o padre precipitou-se e perguntou-lhe quem buscava. “Santa Luzia, informou, por mor dos meus olhinhos. Mas não existe aqui…”. O padre não desarmou: “ Mas vá ali à Nossa senhora de Fátima que é de clínica geral!”). Como muito bem diz Guerreiro, “um boticário” não pode fazer “um tratado de Química”. No âmbito das literaturas, reina a prática da clínica geral. Toda a gente se sente capaz de botar discurso, oralmente ou por escrito, sobre qualquer coisa.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt;">Guerreiro atira-me duas flechas: a primeira porque “ao contrário de Teresa Rita Lopes”acha que P. sai imune do retrato sórdido que dele é feito nessa biografia. Aos olhos dos conhecedores, sim. Mas preocupam-me os outros, sobretudos os estudantes que consultarem para os seus exames os 650 exemplares oferecidos às bibliotecas escolares.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt;">E acaba o seu artigo dando-me voz, em itálico, para me responsabilizar<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>pelos “delírios biográficos de Cavalcanti Filho”: cita o “depoimento” que o biógrafo me atribui, quando me foi conhecer e visitar – ele que não cita os meus livros<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>- em que eu lhe teria dito que, “caso tivesse obtido o cargo de conservador em Cascais ( a que se candidatou em 1932), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">teria provavelmente casado com Ophelia, é possível que tivessem sido muito felizes e até provável não que tivessem tido muitos meninos, mas que tivesse vivido mais anos e escrito mais livros”.</i> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt;">O Crítico reage cada vez que Ophelia é nomeada (curiosamente como Álvaro de Campos, que também abominava a pobre rapariga). Biógrafo e Crítico têm, aliás, em comum, uma obsessão: Ophelia. Não sou dada, como o Crítico, à psicanálise, porque não estudei essa matéria, mas vou mesmo inventar, para o Biógrafo, o complexo da Carochinha: sempre que nos textos de Pessoa aparece uma mulher à janela, ou tão só a janela, tem que vir Ophelia à baila! Guerreiro ironiza, com toda a razão, sobre a declaração do Biógrafo de que certo poema que fala duma janela evoca Ophelia e Pessoa, “passando por baixo da sua janela”. G. podia também ter referido, a propósito da carta-conto de uma corcundinha, Maria José, “que passa os dias à janela, a chorar o seu infeliz destino”, a aproximação feita por B. entre<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ophelia, à janela, e o “Senhor António”, seu platónico amor, que era serralheiro e assim se chamava, está-se mesmo a ver, por causa do Fernando António…(pp. 376-7, da dita biografia. Diga-se, de passagem, que chegavam estas duas páginas, com vários outros dislates, para fazer corar de vergonha as pessoas que têm apoiado, directa ou indirectamente, este livro). Curiosamente, a crítica de G. organiza-se em torno do tema da sexualidade, que Pessoa declarou a Gaspar Simões, em carta de 11.12. 1931, pouco lhe interessar (a própria como a alheia). O que B. diagnostica como sintoma de homossexualidade, G. pretende ser sadomasoquismo, e insurge-se contra a “ignorância teórica” de B. “quanto à sexualidade”, em geral. Ophelia volta à berlinda: B. atribui-lhe o que G. chama uma “conversão virtuosa”: com a chegada dessa rapariga, ficam ambos curados da sua homossexualidade, Pessoa e Campos. (G. não perdoa essa “conversão” e também não as “coisas absolutamente ofensivas” que B. diz sobre António Botto, que teria dado a conhecer “o reduzido tamanho do membro viril do poeta”.) Nisto não meto o meu bedelho, deixo o assunto para os especialistas, só direi que não percebo por que razão G. se indigna tanto com o facto de eu ter dito (na tal conversa), meio a sério meio a brincar, que, se P. tivesse tido o tal emprego, até, quem sabe, se teria casado com a Ophelia - etc, etc.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt;">Ora P., segundo afirmações escritas em cartas, até encarou casar-se com ela, sim senhor. Que mal há nisso – em dizê-lo e em fazê-lo? </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Noutra carta a G. Simões, de 18.11.1930, Pessoa diz algo que, parecendo contrariar o que afirma na carta anteriormente referida, explica as turbulências poéticas de Campos, que B. diagnostica como manifestações homossexuais e G. sadomasoquistas: consistindo algumas manifestações da libido “num certo estorvo para alguns processos mentais superiores, decidi, por duas vezes<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>[através dos poemas “Antinous” e “Ephitalamium”] eliminá-los pelo processo simples de os exprimir intensamente.”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt;">Convém que não esqueçam, tanto o Biógrafo como o Crítico, que Pessoa era capaz de tudo viver, até a sua sexualidade, por interposta(s) pessoa(s). <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<span style="color: black;"></span>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-43178878195511918112012-07-03T09:17:00.000-07:002012-07-03T09:17:09.015-07:00OS SEGREDOS DO ÊXITO DE UMA BIOGRAFIA PESSOANA<span style="font-size: 14pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;"> <div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<span style="color: white;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;">Teresa Rita Lopes</span></b><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;"></span></span></div>
</span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;"><span style="color: white;">Tinha prometido aos meus botões e aos meus amigos não gastar mais cera com este assunto mas a aflição de que os 650 exemplares do livro em questão, oferecidos às bibliotecas das escolas, condicionem o saber e o sentido crítico dos estudantes que sobre ele se precipitarão para passar nos exames – têm todos Pessoa (P. daqui por diante) no programa – impele-me a rapar da pena. Igual obstinação teria se soubesse que a 650 cantinas escolares tinha sido oferecido um produto impróprio para consumo. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;"><span style="color: white;">O texto do Dr.Cavalcanti Filho reproduz, no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Público </i>de 22.6., o que já escrevera no DN, a 2. 6. 2012, pseudo-respondendo ao que eu e o Richard Zenith tínhamos dito na entrevista que, na semana anterior, uma jornalista desse jornal nos fizera. Repete tudo: até a rábula de se armar em meu avozinho, comparando os seus cabelos brancos irradiando serenidade e sabedoria à cabeleira vermelha da jovem irreverente que ousa enfrentá-lo. Cresci um palmo. Quase me comprou. Tive a momentânea tentação de lhe elogiar o livro. Como é fraca essa “natureza humana” que ele menciona! </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;"><span style="color: white;">Aqui, como anteriormente no DN, o autor da biografia em questão (B.,daqui por diante), ocupa quase metade do artigo a falar de si. Às minhas objectivas críticas ao seu livro, aqui, a 25.5.2012, contrapõe os elogios recebidos das revistas e dos jornais brasileiros, assim como os prémios recebidos. E exibe os seus títulos de ex-ministro da justiça e de “membro da Comissão da Verdade” ,“designada pela Presidenta da República para reescrever a história do país”. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sabendo porventura do meu passado de vítima da ditadura salazarista, o B. aproveita para mostrar que não é menos de Esquerda que eu. É verdade que tenho muita simpatia pela Presidente Dilma e muita confiança no futuro do Brasil. Só que a minha Esquerda é interior, não tem partido, apenas causas, e não me proporciona compadrios. E desconfio de qualquer investigação ideologicamente orientada, de Direita ou Esquerda. Só aceito a investigação que busca a verdade pura e simples, não condicionada por interesses pessoais ou partidários. Para recusar os erros que lhe aponto, o B. coloca-se na posição de ser rejeitado por razões de cumplicidade académica, pensando que esses que contestam o seu livro o fazem pelas mesmas razões que outros o promovem: por compadrio. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;"><span style="color: white;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Faço votos para que seja mais fiel à Verdade ao fazer a história da Ditadura no seu país do que o foi a fazer as estórias que conta sobre o P. Porque compôs uma biografia a partir das estórias (sem h e sem verdade) que lhe foram contando os que lhe venderam esses objectos que colecciona com paixão. (Não nomeio o historiador e o jornalista que “contratou, em Portugal, para colaborar no texto” porque não diz quem são nem que parte tiveram na obra.) A autenticidade dessas estórias é a mesma que a dessa máquina de escrever e secretária que comprou recentemente e os netos do seu possuidor já vieram declarar que P. nunca delas se acercou. Diz o B. que o Sr.Martins, antiquário da Biblarte, que lhe vendeu muitas das suas curiosidades pessoanas, é que afirma que o Pessoa aparecia, a cair de bêbado, para escrever, a troco de 20 escudos à peça, os poemas que o Eliezer Kamenezky publicou em livro! Qualquer leitor com um mínimo de sentido crítico, o que não tem que ser o caso desse comerciante, perceberá que P. não poderia ter escrito um único dos indigentes versos do livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Alma Errante</i>! Os fortes argumentos que o B. apresenta para as suas estrambóticas afirmações são todos deste jaez: os versos são do Pessoa porque o antiquário que o forneceu de objectos pessoanos o diz, e o Pessoa esteve para casar com a filha da lavadeira porque ela ou alguém por ela lho terá contado – e quem ousará pôr em dúvida fontes tão fidedignas? B. afirma que a académica que sou refuta as suas afirmações porque não possui os objectos e as <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>informações que ele tem coleccionado. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Um coleccionador não deve subir acima das suas colecções. Seria útil à comunidade fazer com elas um museu – com as autênticas! -, não este livro.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;"><span style="color: white;">Diz o B. que teve um “momento mágico” – o seu “dia triunfal”, como o do P. quando os heterónimos se manifestaram - <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>quando percebeu que o nosso Poeta <i style="mso-bidi-font-style: normal;">não tinha imaginação</i>: limitava-se a copiar, para a obra, os factos da sua vida real. Exemplo: Álvaro de Campos assim se chamou porque P. tinha um dentista com esse apelido, e era engenheiro naval porque um genro da sua tia tinha essa profissão. E o seu poema “Tabacaria” só lhe aconteceu porque havia em Lisboa uma tabacaria que o inspirou, e ele indica qual é, (quantas tabacarias haveria então em Lisboa!) e até explica que o Esteves aí mencionado era seu vizinho, o mesmo que, quando morreu, lhe foi declarar o óbito. E sem estas preciosas informações ninguém entenderá esse poema – pretende o B. Se eu remeto muitas vezes para o Álvaro de Campos o gáudio de contar estas estórias de vizinhas linguareiras é que tudo isto parece uma rábula do nosso saudoso Raul Solnado (mas estou a ver os nossos estudantes a repeti-las nas suas composições).</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;"><span style="color: white;">Podemos perguntar-nos por que razão o B. transformou a discreta figura de P. numa caricatura de telenovela. Responderei: porque esse <i style="mso-bidi-font-style: normal;">gentleman </i>não fornecia estórias palpitantes para uma biografia de 700 e tal páginas. Diz que quer “conhecer a pessoa de P.” mas só lhe inventa aleijões (como “o desastre do físico”, a ausência de virilidade do membro viril, o porte cambaleante do bêbado crónico, com <i style="mso-bidi-font-style: normal;">delirium tremens)</i>,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>não fala de coisas importantes: da relação de P. com o Pai, que, ao contrário do que diz, esteve presente na sua vida, sim senhor, nem de outra relação determinante, essa com a família de Tavira, de “fidalgos e judeus” (disse P.) que não só lhe inculcaram o espírito republicano e anticlerical que sempre o animou como o introduziram na vida profissional, ao montar a “Empresa Íbis”. Também não fala da importância, para o autor de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Mensagem, </i>desses “fidalgos” seus antepassados de que desenhou o brasão com que mandou fazer um anel – não por prosápia, como B. pretende, mas porque fez dele um símbolo de pertença a esse povo de “navegadores e criadores de impérios” de que se orgulhava de descender. Mas para o B. tudo isto é mania das grandezas, como essa que inventou do P. ter a ambição de ganhar o Nobel. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;"><span style="color: white;">Diz o B. que da obra não fala. Mas fala, fala! - e como fala! A começar pelo dislate dos heterónimos que divide em 3 categorias, uns com asterisco, outros sem ele, mas contando todos para o resultado final, que apresenta: “somaria 207 nomes” (p. 396 ; na edição brasileira: p. 402). Diz que para isso usou os meus critérios. Se o B. não percebe os critérios de P. para a atribuição do estatuto de heterónimo, como esperar que entenda os meus? Se não atina com o que é um heterónimo, como esperar que os saiba inventariar? E mente conscientemente quando diz que escrevi as “primeiras críticas” sem conhecer o livro porque só o obtive da editora quando me pediram a crítica para o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Público</i>. Ora o B. sabe bem que me enviou há um ano um exemplar, dedicado, da edição brasileira, essa que citei na minha segunda crónica, (no blogue do meu Instituto: www.patrialinguaportuguesaiemo.blogspot.com). Quando o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Público </i>me solicitou uma crítica, (publicada a 25.5.2012) pediu efectivamente, para mim, à Editora, a edição portuguesa, que me foi enviada. O B. controla tão de perto o destino da sua obra que até tem informadores a vigiar os críticos – processo que deve fazer parte da bem montada operação com que tem obtido para o seu livro os êxitos que assinala. (Felizmente não teve poder para impedir a publicação da crítica que o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Público </i>me solicitou<i style="mso-bidi-font-style: normal;">. </i>Ainda não chegámos a isso.)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; tab-stops: 45.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;"><span style="color: white;">Massacra aqui o B. mais uma vez os leitores com as estórias do Padre Mattos e do C.Pacheco. Remeto-os para as minhas anteriores respostas, no dito blogue. Mas bastaria arrumar o assunto assim: o Padre Mattos, tivesse ou não existido, foi alguém <i style="mso-bidi-font-style: normal;">referido</i> num poema satírico, em tempos de monarquia agonizante, num jornal manuscrito pelo jovem P. O nosso B. não pode chamar heterónimo - o que, no livro, faz sistematicamente - aos nomes próprios por P. referidos nos seus textos. Não são um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">eu</i> que fala mas um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ele</i>, de quem se fala. Para cúmulo do disparate, B. pretende que este nome é inspirado pelo do médico Júlio de Mattos (p.380), a quem passa a chamar também heterónimo! (Valha-nos o Dr. Júlio de Mattos! ) Quanto ao C.Pacheco , já provei à saciedade que existiu <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e escreveu o poema “Para Além d’ Outro Oceano”, de que deixou vários rascunhos, com passagens inéditas, e vários outros poemas, de que reproduzi alguns no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jornal de Letras</i> e na revista <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Modernista</i> (e remeto igualmente o leitor para o dito repositório das minhas anteriores intervenções). E não venha o B. repetir que o Pessoa costumava usar o nome dos amigos como heterónimos – assim os contabiliza na sua lista! Nem que o P., no fim da vida, até se deixou de heterónimos, queria era fazer um grande livro só por ele assinado! Será que B. não sabe que P. escreveu até à morte em nome de Campos, de Reis e de Soares? Se não sabe…- apetece-me repetir a frase célebre de um conhecido monarca a um político sul americano. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;"><span style="color: white;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A verdade é que ninguém se pode fiar no que B. escreve: deturpa não só a vida de P. mas a biografia (ficcional) dos heterónimos, atribui erradamente os textos citados (quando atribui, o que em geral não faz), estropia compulsivamente textos e títulos, e vai ao ponto de inventar um título para um poema que o não tem, para o fazer dizer aquilo que lhe convém. Só um exemplo deste último abuso (p.405): no capítulo “Pessoa e o Brasil”, cita um poema ortónimo de 1931, sem título, (como se pode verificar no fac-símile do poema) que refere “Catullo”, o poeta latino e não o da Paixão Cearense, como o B. diz. Mas o B. não hesita, para se dar razão, em inventar um título ao poema, “Catullo da Paixão”, que cita, como se fosse atribuído por P.! Chama-se a isto, em qualquer língua do mundo, falsificar um documento. Espero que na Comissão da Verdade, para que foi nomeado, não use estes métodos.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;"><span style="color: white;">Publicado no <em>Público </em></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 14pt;"><span style="color: white;">(29.06.2012)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="color: white;"></span></div>
</span>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-21472397688919019452012-06-17T10:19:00.000-07:002012-06-17T10:44:07.414-07:00O COLECCIONADOR CONTRA OS ESPECIALISTAS<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">Teresa Rita Lopes</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Numa coisa estamos perfeitamente de acordo, o Dr. Cavalcanti Filho – autor da biografia pessoana em causa, a quem vou passar a chamar B., como é uso nos jornais, para poupar espaço – e eu, a dama dos “cabelos vermelhos”, como B. me descreve, acrescentando a lisonjeira censura de que eu uso uma “linguagem pouco académica, juvenil quase”: não queremos, ambos, perder mais tempo com isto - <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>ele, por não ter visivelmente argumentos, como a sua resposta ao DN, de 2 de Junho, claramente mostra, eu, porque criticar um livro em que os erros pululam em cada página – e são mais de 700! – é como matar à palmada uma nuvem de mosquitos. O Álvaro de Campos diz-me que também já tem a sua conta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Todas as críticas que tenho feito ao livro de B. poderiam ter sido escritas há mais de um ano, quando recebi a edição brasileira, cortesia do autor. Mas não quis hostilizar um concidadão da “pátria língua portuguesa”, com que Pessoa sonhava pensando sobretudo no Brasil – até assim se chama um blogue do meu grupo de estudos pessoanos – onde têm sido publicadas as minhas críticas “ortónimas” e as que tenho atribuído ao Álvaro de Campos, heterónimo que, há muito, peço emprestado ao Pessoa para variadas militâncias pessoanas ( <a href="http://www.patrialinguaportuguesaiemo.blogspot.com/">http://www.patrialinguaportuguesaiemo.blogspot.com/</a> ) . Ortonimamente assinei a que foi publicada no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Público</i>, a 25 de Maio, e as que exprimi em entrevista à jornalista do DN, Joana Emídio Marques, a 26 – às quais o B. responde a 2 de Junho e eu, por meu turno, vou reagir. Como não teria paciência para criticar, na minha própria pessoa, as centenas de dislates que o livro veicula, tenho dividido a tarefa com o Campos. E essa tarefa impôs-se-me, só agora, com a edição portuguesa, perante a aparatosa divulgação que dela tem sido feita, com oferta de 650 exemplares às escolas de um livro que está – peso o que digo – impróprio para consumo. Já o provei longamente em críticas já feitas, consultáveis no blogue citado, não teria para elas espaço neste artigo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Começa B. por dizer que é “um livro para não iniciados” o seu. Esse o risco. Os “iniciados” dão-se imediatamente conta das suas falsidades e confusões de toda a espécie. Riem-se ou indignam-se. É com os incautos não vacinados que eu me preocupo. Com os que ouvem falar de Pessoa, tanto, e deste livro também, e se precipitam para o comprar. Mas sobretudo, ah sim! preocupam-me os meninos das escolas, que têm todos Pessoa nos programas e recebem de bandeja a “bíblia” – editado pela Editora dos seus<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>manuais escolares – que lhes vai abrir as portas da passagem nos exames.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Diz o B. que da obra não fala (antes não falasse mas fala, infelizmente fala, e de que maneira!): “tentei mostrar o homem”. E mostra esse “pobre homem” (p.623), louco (“esquizóide”etc, segue-se o diagnóstico completo p.621), com amigos “da rua”, o bêbado (“é cada vez mais comum vê-lo bêbado” p.636), homossexual não assumido, impotente por ter sido mal dotado pela natureza (afirmação frequente), esse visionário pretensioso (“aos poucos vai tendo visões grandiosas”, p. 538), pelintra mas vaidoso, veste-se e calça-se nas lojas caras e ostenta anel de brasão. E usa lentes com menos dioptrias “por vaidade” (não há pachorra para continuar a discutir dioptrias!). Ah! e sonha com o prémio Nobel (é uma obsessão do B.). Se este retrato fosse verdadeiro, era, paciência. Embora eu acrescente que escrever um livro sobre essa “verdade”, sem ligar à obra, como diz ter feito, não interessaria. Mas a verdade é que é mentira. Já antes o provámos, eu e o Campos, mas tenho, nas minhas notas, inéditas, muitos disparates por denunciar! Diz B. que escreveu o livro que queria ler e não existia. Proveito lhe faça! Guarde-o para si, não partilhe com os outros as suas perversas fantasias (porque identificar-se com esse “pobre homem”, de “triste figura”, podre de vícios e de defeitos, de forma a dizer que escreveu uma “quase autobiografia”, que outra coisa pode ser?).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Mas que diz de novo esse livro que era preciso existir? As inverdades que já denunciei e outras para que não tenho hoje aqui espaço (como o Pessoa e a Mãe serem ateus, ele quase não ter tido contacto com o Pai). Que o P. tinha um pénis diminuto era o A.Botto que dizia, despeitado porque o P. nunca lhe deu trela. Ah! mas revela os nomes da lavadeira Irene e sua filha Guiomar, e que Pessoa esteve para casar com esta última! (E as provas?) E o que já sabíamos há 17 anos, escrito em livro que B. não nomeia: que Pessoa morreu de pancreatite aguda (o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">delirium tremens</i> revelado é falso). E que P. se abastecia numa sapataria cara que ou se chamava Contexto ou Contente. E que Ophelia velou, às escondidas, o corpo de Pessoa. Também que dos 55 indigentes poemas publicados em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Alma Errante</i>, de Eliezer Kamenezky, 37, ao menos, são de P.! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Quanto aos “Heterónimos” (de que, afirma, Kamenezky passa a ser mais um!), capítulo de que tanto se tem ufanado, perante as críticas que eu e o Campos lhe fizemos já diz que não tem importância, que o Pessoa no final da vida decidiu abandoná-los a todos e escrever só um “livro grande”, por ele assinado – para assim ganhar o Nobel…Várias falsidades numa só afirmação, e todas porque o B. não entende o que P. escreve aos discípulos da revista <i style="mso-bidi-font-style: normal;">presença </i>sobre os seus planos, nem a sua ironia sobre o Nobel. (Quem não entende o que P. diz, como pode fazer-lhe a biografia?) Como pode o B. ignorar que P. escreveu em nome de Campos, Reis e Soares até aos seus últimos dias?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Diz ainda que o deturpo porque verdadeiros heterónimos são só (!) 127, os outros não trazem número mas só asterisco – mas contam todos para o resultado final: “somaria 207 nomes” (p.396, é o B. quem faz as contas!). Ah! e diz que usou o critério da “eminente professora Teresa Rita Lopes, em seu livro fundamental, a todos os estudiosos, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Pessoa por Conhecer”. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></i>Se o B. não atina com o sentido do que P. escreveu, como esperar que entenda o que eu escrevi – isto é, que as “personalidades literárias” que recenseei , 69, mais os 3 verdadeiros heterónimos (só 3, Pessoa frisou) são os que assinaram um texto literário. O B. pôs na sua lista 127 “verdadeiros heterónimos”, diz, mais 75 assim-assim, mais 4, segundo vários autores (que ele também não percebeu o que queriam dizer): António Botto, D. Sebastião, Sá-Carneiro, Ofélia Queirós (“anti-heterónimo”)! E acrescenta que “nestes cálculos deveria também estar Elieser Kamenesky” (p.395)!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Quanto à existência real do Padre Matos e José Pacheco é tal a baralhada que estabelece, neste artigo como no livro, que remeto para o que já a esse respeito disse,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">não tendo aqui espaço para o fazer. Reparemos só que um dos seus fortes argumentos, no DN, a favor do poema de José Coelho Pacheco ser de Pessoa, é “o facto de falar, o poema, de rebanhos de ovelhas – semelhantes aos do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Guardador</i>, de Caeiro.” O B. acrescenta outras pérolas, que não cabem neste cofre. Desminto ainda a afirmação gravemente falsa de que P. se aproveitou “numerosíssimas vezes” do nome dos amigos “para os nomear seus heterónimos”. Sim, o B. contabiliza alguns na tal lista mas por sua disparatada iniciativa. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A tese do B. é, afinal, que sabe mais coisas que os “especialistas” porque tem documentos que eles não conhecem. Terá que os dar a conhecer, se quiser que o creiam! Diz que “teve em mãos o dito jornalzinho, escrito pelo próprio Pessoa”, em 1902. Só podia ser <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Palavra (</i>que reproduzi em<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> Pessoa por Conhecer). Diz </i>ainda que tem “uma diferença com os especialistas, em Portugal. Que nenhum destes jamais teve curiosidade em saber de que tratavam as duas cartas de Ofélia”, que a família desta não permitiu fossem publicadas pela sobrinha de Pessoa, ao editar essa correspondência. (Por acaso, tenho fotos de todas – que a irmã de Pessoa me permitiu tirasse!) Afinal, re-confessa (já o dissera ao semanário <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Sol</i>)<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>não encontrou lá notícia do “aborto” que, estranhamente (dadas as incapacidades que atribui a Pessoa) aí esperava encontrar, mas apenas da “doença mensal” das senhoras! Ai estes “especialistas” que, sem posses para comprar as ditas cartas, ficaram sem saber que a Ophelia tinha a tal “doença mensal”! Quanto ao livro que a Ophelia trouxe das mãos do Pessoa já cadáver, na posse do B., só prova que alguém o obteve e lho deu ou vendeu. Mas como o adquiriu? O Richard Zenith vai contar essa estória noutro sítio… </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">O cerne do problema é que o B. pensa que ter comprado todos esses pertences do Pessoa (ou a ele atribuídos) lhe dá a autoridade de saber mais sobre ele que os pelintras dos investigadores, sem poder de compra para os coleccionar, obrigados a contentar-se com o Espólio pessoano da Biblioteca Nacional! Se assim fosse, teria que revelar esses preciosos documentos, Sr. B.! Pela minha parte, e como homenagem à irmã de Pessoa, Henriqueta Madalena Caetano Dias, lembro que frequentei o Espólio ainda em sua casa, e outros mini-espólios ainda nas mãos dos seus possuidores (os tais jornalecos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Palavra, </i>feitos à mão pelo jovem Pessoa de 1902, na casa do primo Eduardo Freitas da Costa – onde não havia, não senhor, nenhum “Padre Matos!) que reproduzi no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Pessoa por Conhecer, </i>citado pelo B.,<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>e também nos catálogos de 2 exposições que organizei, itinerantes em Espanha e no Brasil, censuradas em Portugal…mas isso é já outra estória!). Se o B. possui documentos que desconheço, porque não colecciono, só investigo, gratíssima lhe ficarei se os der a conhecer, e pode estar certo que o citarei, coisa que ele não faz com as fontes em que se abebera.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Os argumentos com que o B. rebate as críticas feitas ao seu livro, que ocupam as primeiras duas colunas do artigo no DN, são uma lista dos êxitos por ele obtidos no Brasil, nos jornais e na net (tudo ali bem contabilizado!) e também dos prémios concedidos. (Isso prova, sobretudo, o apreço que os brasileiros têm por P. – e também talvez outras coisas menos bonitas de que não seria bonito falar…)“Já em Portugal” diz ele, “a do público, a quem o livro se dirigia, muito boa”. O problema é com “os especialistas”, a quem o livro se não dirige…E a esses tenta arrumá-los com o seu título de membro da Comissão da Verdade, nomeado “pela Presidenta da República”, para “reescrever a história do país, nos anos de chumbo, recentes…”. Faço votos de que se desempenhe dessas funções com maior fidelidade à Verdade do que a praticada nesta biografia de Pessoa. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Publicado no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Diário de Notícias</i></span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">16.06.2012</span></b></div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-83918610776105234522012-06-01T01:19:00.003-07:002012-06-01T01:19:47.827-07:00Teresa Rita Lopes recebeu nova comunicação de Álvaro de Campos – que se apressa a dar a conhecer<div style="text-align: justify;">
Biogr. Kamenezky</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Teresa Rita Lopes
recebeu nova comunicação de Álvaro de Campos – que se apressa a dar a conhecer.<o:p></o:p></b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A revelação-mor da sua “Quase-autobiografia” pessoana, faz
questão de realçar Cavalcanti Filho, é a de que Elieser Kamenezky é um novo
heterónimo de Pessoa, a acrescentar ao de José Coelho Pacheco e Padre Matos,
entre outros que inegavelmente existiram como António Botto e Mário de Sá
Carneiro e – revelação ofuscante! – D.Sebastião!<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
No prefácio que fez ao livro de poemas de Eliezer Kamenezky,
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Alma Errante,</i> em 1932,<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>o Fernando tem o cuidado de<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>aconselhar o leitor a que os leia “sem
Grécia, isto é, sem estética nem metafísica” nem “preconceitos estéticos”
porque “são infantilmente sinceros – têm uma poesia própria, independente da
poesia que é propriamente poesia”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Está
tudo dito: não são poesia a valer. Jamais Pessoa assumiria qualquer dos seus
versos. Que papel terá tido nesse livro? A rogo do judeu russo, seu amigo - que
estaria tão empenhado em legar livros à posteridade como o nosso Biógrafo a
decisiva biografia de Pessoa! – ter-lhe-á passado os poemas à máquina,
limpando-os dos seus erros ortográficos e outras muitas impurezas mais
evidentes: por isso alguns ficaram no espólio pessoano, o que não é prova que
Pessoa os tivesse escrito. (O Fernando costumava fazer cópias do que escrevia à
máquina.) Também lá está o romance que Kamenezky quis publicar, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Eliezer</i> – o papel que nisso teve o
Fernando é coisa para meditar, não aqui – e isso não quer dizer que seja de
Pessoa. (Que o judeu russo lhe pagou por essas colaborações, como acusa indignadamente
o Biógrafo? Porque não, se ele podia e o Fernando precisava? Pensa que ele
nadava em dinheiro, como o Sr.?)</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Jamais da pena de Pessoa sairiam “infantilidades” -<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>assim por ele consideradas no prefácio - como
os versos de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Alma Errante. </i>Pequenos
exemplos:</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Como uma borboleta
voa /Atrás de outra, no ar,/Assim eu vou atrás de ti,/</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Dias e noites, com o meu pensar.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Outra infantil “sinceridade”:</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Quem ama e não encontra o seu ideal /É tão infeliz, e
desgraçado, /</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Como eu…</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Dou ao Biógrafo, de borla, esta sugestão: a certa altura,
uma voz feminina responde ao amado com estes esplêndidos versos: “Querido, os
teus versos são pétalas / Da tua alma sofredora./ Cada uma encerra o aroma / Da
tua alma sonhadora.” Mais um heterónimo neto do Fernando:<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>heterónimo feminino do heterónimo Kamenezky… </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O Biógrafo prova definitivamente a sua atribuída autoria
invocando o final do poema (em que o Poeta se dirige à amada, “esculpida com
persistentes marteladas / No mármore vivo da minha dor / E do meu sofrimento”)
em que ela se põe a tocar Beethoven, Chopin e Mendelssohn e não músicas lá da
sua terra, Kalinkas e coisas assim…<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>(Já
agora , fique sabendo que Mendelsshon era judeu!) Que o Sr. acredite que essa
máquina e a secretária que acaba de comprar pelo preço de um apartamento eram
do Fernando, é lá consigo, mas que queira atribuir-lhe esses versos indigentes
é que já é connosco…Na sua ânsia de revelar o verdadeiro e ainda oculto Pessoa,
inventa heterónimos que nunca existiram como tal ou que foram gente de verdade
e, opostamente, tenta desatribuir obras, como o Guia de Lisboa que já está
provado por quem sabe e pode fazê-lo que saiu mesmo da pena do Fernando… Não
suba o coleccionador acima das suas colecções…<span style="mso-spacerun: yes;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Mas olhe: por si até tenho simpatia, como por todos os
coleccionadores. (Até lhe direi ao ouvido onde pode adquirir o urinol que
retiraram do Martinho da Arcada de que – ah isso com certeza! – o Fernando se
serviu muitas vezes!) A quem eu não perdoo é às figuras mais ou menos públicas
que têm promovido os seus irresponsáveis dislates.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Álvaro de Campos, pela pena de Teresa Rita Lopes <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><o:p></o:p></i></div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-64688647893724992862012-05-31T01:48:00.000-07:002013-01-08T15:55:42.794-08:00A verdadeira história de Eliezer Kamenesky<div style="text-align: justify;">
<strong>No blog consagrado a António Quadros encontramos uma crítica ao livro <em>Fernando Pessoa uma Quase Autobiografia</em> de Cavalcanti Filho intitulada <em>A verdadeira história de Eliezer Kamenesky</em>. Apresentamos abaixo o texto publicado no blog <a href="http://antonioquadros.blogspot.pt/">http://antonioquadros.blogspot.pt/</a>, para o qual remetemos os leitores que queiram acompanhar as notícias que aí forem sendo publicadas. </strong><strong> <em> </em></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A verdadeira história de Eliezer Kamenesky </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"> </span></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_vfMPGLD240L44FRPGceBwFxy0uuQyz1TM-BCW0z7C7RSCTT3HFq3S-NU-pZ_RsymulHiTzdm7cZeU5taXVpkrGfY5r-H1pBH0KLHJKKyxW1X55axtuH44a8Sna_QS24UJrNT5b7KIeY/s1600/eliezer+kamenezky+-+o+poeta+judeu+errante.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" closure_uid_fo2nii="2" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_vfMPGLD240L44FRPGceBwFxy0uuQyz1TM-BCW0z7C7RSCTT3HFq3S-NU-pZ_RsymulHiTzdm7cZeU5taXVpkrGfY5r-H1pBH0KLHJKKyxW1X55axtuH44a8Sna_QS24UJrNT5b7KIeY/s400/eliezer+kamenezky+-+o+poeta+judeu+errante.jpg" width="277" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Diz Cavalcanti Filho, que a sua grande
descoberta ao escrever </span><a href="http://antonioquadros.blogspot.pt/2012/05/fernando-pessoa-uma-quase-autobiografia.html" target="_blank"><span style="color: white; font-size: large;">esta obra</span></a><span style="font-size: large;">, não foram (como seria de supor) as dezenas de novos
heterónimos que enumerou, mas sim a verdadeira história por detrás da poesia de
Eliezer Kamenesky. Julga-se que Fernando Pessoa, que em 1932 prefaciou o livro
de poemas <i>Alma Errante</i> do escritor russo<i>,</i> ajudou também
na preparação da publicação desta obra.<br />Cavalcanti vai mais longe, dir-se-ia,
vai longíssimo: segundo o que escreve, Fernando Pessoa não só ajudou Kamenesky a
publicar <i>Alma Errante</i>, como lhe escreveu vários poemas (pelo menos 37 em
55), o que o leva, na passada, a dizer que Kamenesky é mais um heterónimo de
Pessoa. Haverá salto maior do que este num livro que levou 8 anos a preparar com
a ajuda de dois investigadores em Portugal?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">De que forma é que Cavalcanti Filho chega a
estas conclusões que seriam interessantes, sem dúvida, para todos nós...?, com
base no que o sr. Martins, actual proprietário de um antiquário em Lisboa lhe
contou, depois de uma conversa, imediatamente a seguir a Cavalcanti lhe comprar
os óculos de Fernando Pessoa, mais a bengala que o poeta nunca usou e o resto
que ali estava à venda.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Vai daí, que a sua maior descoberta não passa
de uma remota hipótese, para não dizer boato, depois de fechar um negócio, e nós
ficamos na mesma, a achar que estas 700 e tal páginas não correspondem ao que o
autor promete.<br />Entre outras coisas, a saber: promete os heterónimos (127 +
75...), promete devolver Coelho Pacheco a Pessoa (Coelho Pacheco é Coelho
Pacheco, de carne e osso e poeta também, como provou Teresa Rita Lopes), promete
Kamenesky da forma que vimos, promete tudo acerca da vida de Pessoa e da sua
ascendência (fidalga e judaica?) e da sua homossexualidade, e das suas
diopetrias, (verdadeiras, indispensáveis e interessantíssimas revelações) tudo
isto a culminar, na ideia de que, afinal, Fernando Pessoa "não tinha
imaginação", apesar de todos suspeitarmos que, pelo menos, tinha alguma.<br />A
páginas tantas, quero dizer, a páginas todas, chegamos à conclusão que não
saímos do mesmo sítio, mas que foi uma longa caminhada. Saímos ainda com a
certeza, ao fecharmos a obra, de que o verdadeiro estudo sobre Pessoa está na
mesma, isto é, em curso, mas noutros lugares, não aqui, apesar do </span><a href="http://antonioquadros.blogspot.pt/2012/05/fernando-pessoa-uma-quase-autobiografia.html" target="_blank"><span style="color: white; font-size: large;">aparato</span></a><span style="font-size: large;">.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Diz Cavalcanti Filho, que a sua grande
descoberta ao escrever<span style="color: black;"> </span></span><a href="http://antonioquadros.blogspot.pt/2012/05/fernando-pessoa-uma-quase-autobiografia.html" target="_blank"><span style="color: white; font-size: large;">esta obra</span></a><span style="font-size: large;">, não foram (como seria de supor) as dezenas de novos
heterónimos que enumerou, mas sim a verdadeira história por detrás da poesia de
Eliezer Kamenesky. Julga-se que Fernando Pessoa, que em 1932 prefaciou o livro
de poemas <i>Alma Errante</i> do escritor russo<i>,</i> ajudou também
na preparação da publicação desta obra.<br />Cavalcanti vai mais longe, dir-se-ia,
vai longíssimo: segundo o que escreve, Fernando Pessoa não só ajudou Kamenesky a
publicar <i>Alma Errante</i>, como lhe escreveu vários poemas (pelo menos 37 em
55), o que o leva, na passada, a dizer que Kamenesky é mais um heterónimo de
Pessoa. Haverá salto maior do que este num livro que levou 8 anos a preparar com
a ajuda de dois investigadores em Portugal?</span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">De que forma é que Cavalcanti Filho chega a
estas conclusões que seriam interessantes, sem dúvida, para todos nós...?, com
base no que o sr. Martins, actual proprietário de um antiquário em Lisboa lhe
contou, depois de uma conversa, imediatamente a seguir a Cavalcanti lhe comprar
os óculos de Fernando Pessoa, mais a bengala que o poeta nunca usou e o resto
que ali estava à venda.</span></div>
<span style="font-size: large;">
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Vai daí, que a sua maior descoberta não passa
de uma remota hipótese, para não dizer boato, depois de fechar um negócio, e nós
ficamos na mesma, a achar que estas 700 e tal páginas não correspondem ao que o
autor promete.<br />Entre outras coisas, a saber: promete os heterónimos (127 +
75...), promete devolver Coelho Pacheco a Pessoa (Coelho Pacheco é Coelho
Pacheco, de carne e osso e poeta também, como provou Teresa Rita Lopes), promete
Kamenesky da forma que vimos, promete tudo acerca da vida de Pessoa e da sua
ascendência (fidalga e judaica?) e da sua homossexualidade, e das suas
diopetrias, (verdadeiras, indispensáveis e interessantíssimas revelações) tudo
isto a culminar, na ideia de que, afinal, Fernando Pessoa "não tinha
imaginação", apesar de todos suspeitarmos que, pelo menos, tinha alguma.<br />A
páginas tantas, quero dizer, a páginas todas, chegamos à conclusão que não
saímos do mesmo sítio, mas que foi uma longa caminhada. Saímos ainda com a
certeza, ao fecharmos a obra, de que o verdadeiro estudo sobre Pessoa está na
mesma, isto é, em curso, mas noutros lugares, não aqui, apesar do </span><a href="http://antonioquadros.blogspot.pt/2012/05/fernando-pessoa-uma-quase-autobiografia.html" target="_blank"><span style="color: white; font-size: large;">aparato</span></a><span style="font-size: large;">.</span><br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
<span style="font-size: large;">António Quadros Ferro</span></div>
Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-76376188117061301512012-05-28T09:51:00.002-07:002012-05-28T09:53:36.746-07:00Incompreender Pessoa - Teresa Rita Lopes<div align="LEFT">
Se deixassem este livro ser apenas aquilo que é, obra de um apaixonado coleccionador de estórias, não aceitaria o pedido do <i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Público </span></span></i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>para o criticar. Recebi a edição brasileira há mais de um ano e nem eu nem o Álvaro de Campos nos manifestámos então. Sou militantemente cidadã da pátria língua portuguesa e gosto de gostar do que os nossos concidadãos brasileiros produzem. Mas a obra adquiriu tal difusão, oferecida até pelo autor às bibliotecas escolares deste país, que curvei-me ao dever de me manifestar. </div>
<br />
Os que aplaudem, leram? As 710 páginas? Eu li. Quantos desses poderão silabar estas 4 letras? <br />
<br />
Como tantos falam de Pessoa dele sabendo tão pouco, este <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">"simples guia para não iniciados" </span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>(p.13), arrisca-se a modelar o saber de incautos e incultos leitores. Essa a questão. Mas como explicar que a festejada "quase autobiografia" se aplique a dar do biografado este <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">deprimente retrato do bêbado louco megalómano</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>, aspirante ao prémio Nobel (p.177, 465)), que ia cozer as suas bebedeiras na cave da loja do judeu russo para quem fabricou poemas a troco de uns trocos, incapaz sexualmente por ter sido mal dotado pela Natureza, mas "pretensioso", exibindo anel de brasão, "vaidoso", vestindo-se e calçando-se nas lojas mais caras e elegantes, quase cegueta mas não usando lentes grossas por lhe fazerem os olhos pequeninos…? Para continuar a compor <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">o retrato do pobre diabo </span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>- de "<b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">triste figura</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>", diz - o Biógrafo inventa-lhe <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">"amigos de rua"</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>(p.163): bêbados, pedintes, loucos, arruaceiros. (E as provas disso?) Espanta-se que P. não tivesse "amigos importantes", "alguém com posses; um remanescente da nobreza", "um político republicano", um académico, um "empresário de peso". Só "párias", lamenta. E afiança: "Pessoa chegou mesmo a pensar em casar"com a filha da lavadeira (p.281)! No balanço dos "heterónimos"(p.396), lastima, de novo, a ausência de um " membro da nobreza" (ignora o Barão de Teive e Vicente Guedes). Mesmo que tudo isso fosse verdade (e não é), eu continuaria a perguntar-me porquê essa obstinação em avacalhar a imagem do seu ídolo. É caso para expôr a essa junta médica convocada para autopsiar P. que lhe permitiu anunciar triunfalmente o que, há 17 anos, o Dr. Francisco Fonseca Ferreira escrevera em livro: pancreatite aguda. <br />
<br />
A verdade é que nunca ninguém viu P. bêbado nem com <i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">delirium tremens </span></span></i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>(repare-se na firmeza da letra) nem tresloucado. O B. julga-o segundo os seus valores e dá-lhe lições de moral além-túmulo. Não entendeu a grandeza desse "doido", desse "infeliz" (assim o trata) de quem Casais Monteiro, seu discípulo, disse que foi <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">o homem mais livre </span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>que conheceu. Não entendeu que P. pagou toda a vida o preço dessa liberdade: permanente penúria económica, ausência do palco dos sucessos sociais, solidão irremediável porque os altos destinos cumprem-se sempre a sós. <br />
<br />
Apetece perguntar: se o biografado é esse pobre diabo, porque não se ficou pela <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">obra</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>? Vendo bem não teria sido melhor porque este livro é uma <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">montagem de textos pescados a esmo</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>, de P. e seus "outros", mas sem atribuição, tudo misturado com a prosa do B. que quis – ingenuamente o declara - imitar o estilo de P. Aqui e ali introduz, sempre sem dar o seu a seu dono, afirmações alheias. Ficamos assim a braços com <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">uma tremenda amálgama </span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>de citações - estropiando, inúmeras vezes, não só palavras mas frases inteiras. Resulta um "coquitéu" (como dizem os brasileiros) com pedaços de poemas, que cita como prosa e mistura com outras prosas que não diz de quem são. Chama-lhe, às vezes, "coleta" (p.166). Ao atribuir alguns textos, erra: por ex., p.227: não são de Campos, os versos da epígrafe, mas do ortónimo; p.246: o "epitáfio" é poema de Caeiro, não de Pessoa; p.652: o poema é do ortónimo, não de Campos! E até erra títulos de livros. E também as datas. Erra e baralha um pouco tudo, por todo o lado. Não cita as suas fontes por serem muitas, diz, mas compraz-se em notas quilométricas, tipo entradas de enciclopédia ou curiosidades de almanaque, que invadem também o corpo do texto. <br />
<b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span></b><br />
<b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Também não são de fiar as informações biográficas</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>. Quanto à <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">ascendência de "fidalgos e judeus" </span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>que P. disse ser a sua, são muito mais que dois! Interpretando como basófia o orgulho de P. nessa ascendência, o B. nunca poderá entender a <i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Mensagem</span></span></i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>, em particular, e o seu autor, em geral. O profundo sentimento de ter uma missão a cumprir, como "criador de civilização", "estimulador de almas", vem-lhe de longe, quando, em Durban, se apercebeu do que chamou a nossa "descategorização civilizacional", e decidiu traduzir <i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Os Lusíadas </span></span></i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>e escrever sobre Vasco da Gama. Sentir-se ligado por laços de sangue à velha cepa lusitana correspondia à sua busca de "quem sou", antecedendo "a busca de quem somos", de <i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Mensagem</span></span></i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>. Até o guia de Lisboa, de cuja autenticidade o B. duvida – sem fundamentos nem argumentos - foi escrito como parte de um amplo projecto, que o nomeia, para dar a conhecer ao mundo o nosso património cultural. <br />
<b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span></b><br />
<b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">É insignificante o que nos diz sobre a família de Tavira</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>, cujo contacto, reatado desde o primeiro regresso a Portugal, em 1901, foi decisivo para a assumpção da sua identidade como detractor da Igreja de Roma, carrasca dos seus antepassados judeus, e até para a sua entrada na vida adulta, em 1909,como editor da Empresa Íbis em que essa família o ajudou a lançar-se, angariando-lhe como primeiro (e único) trabalho, junto de correligionários seus, republicanos, maçons e anti-clericais, a edição de um jornal algarvio, "republicano radical", de Loulé. O "livre pensador" que um tio avô, Jacques Cesário Pessoa, ainda hoje declara ser numa lápide do cemitério de Tavira, cedo se lhe impôs como exemplo. <br />
<b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span></b><br />
<b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Quanto à Mãe: é falso que não fosse "religiosa" </span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>(p.27), o que seria estranho numa família açoriana de tradição católica. (Será por isso que faz P. "ateu"?) Não só o baptizou como, em Durban, o inscreveu numa escola católica de freiras irlandesas, onde fez a Primeira Comunhão. E o seu verdadeiro primeiro poema, a ela dedicado, é uma engenhosa paráfrase da Avé-Maria. Além disso, ensinou-o a rezar: pela boca de Campos, fala, num poema, da sua "infância que rezava". <br />
<b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span></b><br />
<b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Quanto ao Pai, também não é verdade </span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>que não tenha tido verdadeiro contacto com o filho ("que poucas vezes viu", diz p.48). O B. reproduz a foto do maço das cartas que ele enviou à Mãe, durante os meses em que se ausentou para tratar a tuberculose, mas não as leu (e até já foram publicadas). Aí teria sabido que o "Fernandinho" tinha ido para essas termas de Caneças com a avó materna e o pai, que dele fala nas cartas. Se um ano antes, com 4 anos, a criança-prodígio já lia e escrevia - como diz - guardou seguramente na memória essa relação a que só a morte pôs cobro. <br />
<b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span></b><br />
<b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Também não é verdade que a tia-avó Mª Xavier Pinheiro fosse a velha tonta </span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>"conhecida por escrever lamentáveis poemas românticos e viver cantando canções de amor" (p.45). Como sempre, sacrifica a verdade às anedotas em que se compraz. Pelo contrário, o sobrinho-neto, com quem longamente conviveu, tinha-a em grande estima e na nota biográfica que fornece a Côrtes-Rodrigues cita mesmo, por inteiro, um poema dela. <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Muitas outras notícias não são verdade </span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>mas não tenho aqui espaço para as (d)enunciar. <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Até as biografias fictícias dos heterónimos </span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>têm erros: diz de Reis que é "judeu português"( p. 230, e repete p. 253) , de Campos que é "pagão", acrescentando que Pessoa é "ateu" (p.230) – esta nem lembrava ao Diabo! <br />
<br />
A jóia da coroa do livro é o capítulo sobre <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">os 127 "heterónimos" puro sangue, mais 75 que, embora não "considerados verdadeiros heterónimos", entram na conta; "sem contar" – mas vai contando – "os 5 personagens reais", "o que somaria 207 nomes"</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>(p. 396)! Para começar, não sabe o que heterónimo quer dizer: Fernando Pessoa, Fernando António e F. Nogueira Pessoa contam na lista como 3 heterónimos! P. explicou que <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">heterónimos são só 3</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>, Campos, Reis e Caeiro, os únicos com vidas e estilos próprios, interagindo uns com os outros, sendo os demais autores de textos literários, "personalidades literárias". Na sua sôfrega caça, o B. até contabiliza <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">assinaturas casuais em livros ou papéis soltos </span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>a que P., estudioso de grafologia, se aplicava: ex.:Jerome Gaveston, de que Saveston é variante, (contam ambos na lista!). Também contabiliza (n.º108) assinaturas em livros alheios! Outro erro é listar <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">pseudónimos ocasionais</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>, que P. inventou às dezenas, para efeitos jornalísticos: Tagus e J.C.Henderson Carr ganharam prémios com charadas, em Durban, no jornal local. Este último, reduzido às iniciais, conta 2 vezes! <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Pseudónimos de charadistas</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>, ocasionais colaboradores dos jornalecos que, na sua juventude, inventou, <i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">A Palavra </span></span></i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>e <i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">O Palrador, </span></span></i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>são às dúzias (Lili, Pip, Rabanete, Pimenta, Gee…).Contabiliza também os "funcionários": directores dos jornais e suas secções. E os pseudónimos "Um irregular do Transepto" e "Um Sonhador Nostálgico do Abatimento e da Decadência" - assinando, em 1934, um artigo para o jornal <i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">A Voz </span></span></i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>e, em 35, sátiras contra Salazar. (O pseudónimo esconde uma identidade, o heterónimo revela-a!) Muitos são apenas <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">nomes casuais </span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>com que o B. ou o investigador holandês Stoker toparam: 12 trazem a indicação "Apenas um nome indicado por Stoker". Até contabiliza <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">títulos</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>: "Serradura", poema de Sá-Carneiro! Outra prática é dar n.º de heterónimo a <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">personagens de ficção</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>, algumas só planeadas, como no projecto desse drama <i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Ultimus Joculatorum, </span></span></i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>que lhe fornece mais 6! As personagens não escrevem, são escritas, não são autores mas assunto! Mas vão para a lista: Abílio Fernandes Quaresma, que torna a contar como Quaresma Decifrador ; o Tio Porco, também personagem das novelas "policiarias"; Marcos Alves, protagonista de uma novela; Fausto e Marino, de peças homónimas - e outros. Personagens também – de "romances do inconsciente", expressão de P. – são esses "espíritos" que ele psicografa: rendem uns 13 lugares, sendo 3 deles erradas grafias do mesmo. Mais 3 lugares para os <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">amigos imaginários da infância</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>, de que não há rasto escrito. <br />
<br />
Quando alguém, num texto de P., se exprime na 1.ª pessoa, vira imediatamente heterónimo! E o B. caça-o e baptiza-o : o "Cego" que compõe quadras bandarristas (aparição única) é um ex. entre outros. <br />
<br />
Como heterónimos contam <b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">pessoas reais</span></span></b><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>, como o Padre Matos que P. ataca através da "personalidade literária" Joaquim Moura Costa, nos seus jornais <i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">O Fósforo e O Iconoclasta</span></span></i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>, (em 1909 - não em 1902, na <i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Palavra, </span></span></i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>como o B. inventa). C.Pacheco também existiu (como provei no <i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;">Jornal de Letras </span></span></i><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span>de 3.5.2011), assim como Caturra Júnior e Bi (o sobrinho Luís Roza Dias). E até M.N. Freitas – o primo Mário Nogueira de Freitas – conta na lista! No final ainda contabiliza mais 5, nomeados – diz – por alguns "estudiosos": António Botto, D. Sebastião, Ophelia, "anti-heterónimo" (mas conta à mesma!) e ainda acrescenta, por sua conta, Eliezer Kamenezky! <br />
<br />
Muito ficou por dizer, mas – sorte do B.! – atingi os caracteres concedidos. <br />
<span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"></span></span><br />
<span style="font-family: Calibri,Calibri;"><span style="font-family: Calibri,Calibri;"><strong>Teresa Rita Lopes </strong><br />
<strong>
</strong></span></span><i><span style="font-family: Calibri,Calibri; font-size: x-small;"><span style="font-family: Calibri,Calibri; font-size: x-small;"><strong><span style="font-size: small;">Publicado originalmente no jornal Público de 25 de Maio de 2012.</span></strong> </span></span></i><br />
<i><span style="font-family: Calibri,Calibri; font-size: x-small;"><span style="font-family: Calibri,Calibri; font-size: x-small;"></span></span></i><span style="font-family: Calibri,Calibri; font-size: x-small;"><span style="font-family: Calibri,Calibri; font-size: x-small;"></span></span>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-35559325546074797162012-05-21T09:51:00.001-07:002012-05-28T09:52:58.768-07:00Campos manifesta-se sobre os seus 207 colegas heterônimos (127+75+5)<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Carta psicografada por Teresa Rita Lopes</b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Prometi analisar com vagar, numa anterior comunicação, a “Quase autobiografia “ do Fernando, da autoria de José Paulo Cavalcanti Filho: aqui estou, contrariadamente, a cumprir a promessa. Mas imaginar esse livro a servir de manual aos nossos estudantes <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>– que têm todos Pessoa nos programas – causa-me tal calafrio que dou comigo a rapar da pena para essa inglória tarefa! É que o abnegado ex-ministro declarou publicamente estar disposto a abdicar dos seus direitos de autor para, com eles, porem nas mãos dos estudantes portugueses esse instrumento indispensável. (Lembra-nos outro político mas esse, ao menos, deu-lhes um objecto útil, um computador, enquanto que este devia ser retirado do mercado. Devíamos arranjar, para controlar estas situações, algo como a ASAE, que nos defende de alimentos impróprios para consumo.)</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Vamos por partes – que o livro tem 700 e tal páginas ! </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Comecemos pelo assunto mais badalado: os 207 “heterônimos” que o autor se gaba de ter encontrado: 127,autênticos puro sangue, mais 75 que “embora não sejam considerados verdadeiros heterónimos”, não deixam de somar (é o Dr. que faz as contas) <metricconverter productid="202, a" w:st="on">202, a</metricconverter> que acrescenta ainda “os cinco personagens reais” nomeados – “o que somaria 207 nomes” (´Cavalcanti <i style="mso-bidi-font-style: normal;">dixit</i>, p 396. Veja que também sei latim!)</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Oh Sr. Dr. em leis, coleccionador de “heterônimos”! O Sr., tão culto que abre os capítulos com epígrafes em latim, e que fala tanto de heterossexualidade e da nossa (minha e do Fernando) homossexualidade, não sabe que “hetero”, em grego, quer dizer “outro”,“diferente”?! Como é que o Sr. faz aparecer <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“Fernando Pessoa” <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>como heterónimo de si próprio (é o n.º 44) ! E acrescenta mais dois à lista: “Fernando António” (nº 41) e “F. Nogueira Pessoa” (n.º37) ! Ah! ainda mais outro: Ferdinand Sumwan, n.º 40, (personagem de um drama de que já vou falar, “Ultimus Joculatorum”) que o Fernando explica, e o Sr. repete, ser ele próprio. Sugiro-lhe que some mais um: “Fernando Pessôa”, antes de ele ter retirado ao seu nome, em 1916, o acento circunflexo! Veja se percebe de uma vez por todas que o que o Sr. faz é <i style="mso-bidi-font-style: normal;">coleccionar</i> os nomes próprios que encontra nos textos do Fernando! Com este “critério de classificação” que, segundo diz (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">ibidem)</i> usou, mas é coisa que o Sr. não tem, chegaria facilmente aos 500, incluindo Deus e a Virgem Maria e Cristo e Moisés e todas essas figuras bíblicas que o Fernando cita. Satanás já o Sr, lá meteu! (é o seu n.º 69).</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Antes de empreender a sua lista, e o seu livro, o Sr. devia ter aprendido - o Fernando, na sua obra, matou-se a explicar - a diferença entre “heterónimo”, “personalidade literária” e “pseudónimo”. Heterónimos somos só três: eu, o Caeiro e o Reis – só através de nós “voa outro”, disse. Até o Bernardo Soares, que se fartou de escrever, não passa de “personalidade literária” ou “semi-heterónimo” – frisou o Fernando. É como se, das inúmeras sombras que ele projectou em seu redor, apenas três se tivessem soltado dos pés de quem as produziu. Só nós os três fomos à vida pelo nosso próprio pé, interagimos e escrevemos com nosso estilo próprio. Quem não perceber isto, não tem competência para abordar a obra pessoana. O Sr. não entende que não pode fazer emparceirar as nossas três pessoas e as nossas três obras (com que o Fernando, ao longo da vida, foi construindo o que chamou um “drama em gente”) com todos os nomes próprios em que tropeça nas nossas páginas?! Tudo o lhe vem à rede, é peixe! – isto é, “heterónimo”! O Sr. até dá esse estatuto a assinaturas casuais pescadas em livros e papéis soltos, algumas até riscadas! Fique sabendo que o Fernando estudava grafologia e se treinava a fazer assinaturas em tudo o que era papel: esse o caso de Jerome Gaveston, por exemplo, (seu “heterônimo” n.º 69) que nunca escreveu uma linha de prosa ou verso, de quem nada se sabe – o que é o caso de variados outros dos seus “heterônimos”. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
E também não pode confundir <i style="mso-bidi-font-style: normal;">heterónimo</i> com <i style="mso-bidi-font-style: normal;">pseudónimo</i>, como faz constantemente, por exemplo a respeito de Tagus, (um concorrente , por sinal batoteiro, a prémios de charadas, num jornal de Durban), classificado como o 111º da sua lista - a quem<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>até o Sr. chama “pseudónimo dos tempos de Durban”. (Solucionava as charadas enviadas para o jornal por outro pseudónimo do esperto rapazinho, J.G.H.C. – como o Richard Zenith descobriu!). O pseudónimo é isto: uma máscara que encobre quem a usa, o heterónimo (invenção pessoana que o Sr. não pode malbaratar) revela o ser aos seus próprios olhos (“Fingir é conhecer-se”, disse Pessoa.)</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Pseudónimos são também os seus “heterôninos” n.ºs 115 e 116: “Um Irregular do Transepto” (sob o qual escreve, em Janeiro de 1934, ao jornal católico <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Voz</i>, já sobre a Maçonaria) e “Um Sonhador Nostálgico do Abatimento e da Decadência”, que assina poemas panfletários contra Salazar, em 1935.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Pseudónimos de charadistas abastecem a sua lista com dúzias de “heterônimos” - que não são mais que ocasionais colaboradores dos jornalecos que o Fernando fabricava com um entusiasmo infantil que durou para lá do admissível (reúna de novo a junta médica, que contratou para fazer a autópsia do Fernando, para lhe avaliar este atraso mental). Até a “Lili”, “boneca de louça da irmã Teca”, que “escreve incompreensíveis charadas para um desses jornais infantis, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Palavra”,</i> recebe um nº, o 77, na sua lista!</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
(Mas que orgulhosa que a Lili deve estar de passar à posteridade como “heterónimo”, num livro imorredoiro!) Noutro, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Palrador</i>, que o Fernando continuou a compor depois do regresso a Lisboa, em 1905 (brincar aos jornalistas com mais de 17 anos é mais que razão para a tal junta médica!) também lhe fornece nomes em barda, até um nomeado “Trapalhão” (longe de mim estar a fazer-lhe qualquer insinuação!). </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Outra habilidade sua é confundir <i style="mso-bidi-font-style: normal;">heterónimo</i> com <i style="mso-bidi-font-style: normal;">personagem de ficção</i> – que não escreve, esta, é escrita! não é autor, é assunto! Fausto é a personagem central do drama com esse título! Marino, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">idem, idem</i>! Marcos Alves, a mesma coisa: neste caso, de uma narrativa. Abílio Fernandes Quaresma, seu n.º 4, é o mesmo caso, e ainda por cima conta duas vezes na sua lista, assim e como “Quaresma decifrador”. Outro decifrador <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>desses contos “policiários” com que o Fernando se regalava, , é o ex-sergeant William Byng (até adiante lhe foge a boca para a verdade e lhe chama “personagem”!). O “Tio Porco” (com sua licença!), que contracena com Quaresma, é a mesma coisa!<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O “Autor da Carta da Argentina”, assim<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>chamado por si, na lista, é também a personagem de um conto em forma de carta, que se exprime na primeira pessoa! O “Cego”, também por si assim denominado, (n.º 25) , limita-se a entoar umas quadras de inspiração sebastianista-sidonista, depois das quais nunca mais apareceu! Se pegar em todas as personagens que, em poemas, se exprimem na 1.ª pessoa, duplica a sua lista: Olhe, o D.Sebastião, da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Mensagem</i>, que exclama: “Louco, sim, louco porque quis grandeza”! Será por isso que também acaba por admiti-lo como “heterônimo”? </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Personagem é igualmente Jacob Dermot, nome filado numa página de diário (atenção, não é de 1900, como escreve, mas de 1906!) em que o Fernando confessa:”Dificuldades na execução mental de Jacob Dermot”. O Sr. até adopta como heterónimos personagens de livros alheios: é o que nos diz (p.378): Martin Hewitt, da obra de Arthur Morrisson (não Morrinson, como escreve!) : <i style="mso-bidi-font-style: normal;">As Aventuras de Martin Hewitt, investigador (1896).</i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Também às personagens de um drama, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ultimus Joculatorum,</i> o Sr. confere estatuto de heterónimo: Caesar Seek , n.º 20( não Seerk!); Jacob Satan (n.º 66), a propósito da qual atribui ao Fernando uma grosseria que ele não cometeu: diz que ele definiu J.Satan como “um espírito de M.”, abreviatura pudica para “merda”. Oh Sr. Dr. ! O que o Fernando escreveu, e em inglês, foi “a spirit of ill”! E o Sr. acrescenta: “Mestre de ternura”, saltando duas linhas desse texto pessoano, entre “mestre” (master” ) e “of tenderness”! Isso da ternura refere-se a “uma mulher”, que vem a seguir, a que até encarou chamar Magdalena, mas depois riscou. Que trapalhada! Outra personagem desta peça, a que o Fernando hesita chamar “Erasmus(?) ou Dare(?)” , rende dois lugares na sua lista! Vê-se bem que o Sr. sabe fazer render o capital – como não, se trabalha para o Banco Mundial (é o que apregoa na badana do livro)!</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
E ainda por cima abastece a sua lista com nomes que viu num livro do holandês Stoker, sem saber sequer a que correspondem: limita-se a dizer: “Mais um nome indicado por Stoker”, como um tal Major Bastos, a que acrescenta este esclarecimento iluminante: “segundo quem (o tal Stoker) <i style="mso-bidi-font-style: normal;">parece ser pessoa reservada para assinar textos</i>”. E a seguir, cedendo ao seu permanente tique coleccionista em relação aos<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>nomes próprios, deriva para outros Bastos, incluindo “um senhor Bastos que está em texto de propaganda que fez para as Tintas Berryloid”. (Oh Sr. Coleccionador de nomes!!! ) Com o habitual esclarecimento (“Mais um nome indicado por Stoker”!) nos aparece uma Maria Aurélia Antunes, um Álvaro Eanes, um Antony Harris, um Augustus West, um Aurélio Biana (devia ser do Norte!), um Darm Mouth, um Fr. de Castro, um Francis Neasden, um Frederico Barbarossa, um Isaías Costa,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>um Jacinto Freire – e não tenho pachorra para continuar a enumerar!</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Outro dislate seu é pôr na lista dos heterónimos os “espíritos” que o Fernando se entretinha a invocar, através da escrita mediúnica – a que ele chamava “romances do inconsciente”. Estas personagens – de “romances”, repare! - <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>não são autores, são só isso, personagens dessas ficções, com quem, aliás, o Fernando lidava ludicamente. Mas rendem aí uns treze lugares na sua lista! </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
E o que dizer do “heterônimo” “Serradura”, que o Stoker nomeia e o Sr. repete (p.388) e que é simplesmente o título de um poema do Sá-Carneiro? E o Sr. até diz que sabe disso! Mas sempre soma mais um! </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
E esses amigos das brincadeiras da infância que não deixaram texto literário nenhum (por isso não podem ser considerados “personalidades literárias” e muito menos heterónimos!), o Chevalier de Pas, o Capitaine Thibeaut, o Quebranto de Oessus? E retire também da sua lista as pessoas que existiram, sim senhor! como o Padre Mattos, (n.º 93) cujo nome, diz o Sr., foi “inspirado no psiquiatra <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Júlio de Mattos!” (Esta intuição certeira que o Sr. tem para explicar a origem dos nossos nomes!). E não é que até ao psiquiatra o Sr. passa a chamar heterónimo? : “Como esse heterônimo, responde Pessoa ao inquérito da revista <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Águia”(</i>p.387)… Que trapalhada, Sr.Dr.! E olhe lá, se diz que o seu M.N.Freitas é o primo Mário Nogueira de Freitas, porque é que o faz constar na lista? Para contar no total dos 207, claro! E olhe que o Caturra Júnior (p.347) também existiu! Assim como o C.Pacheco e o Bi (disse-me o sobrinho Luís que assim lhe chamavam, em criança).</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Deixe-me saudá-lo por ter essa imaginação que diz faltar ao Fernando: a revelação das origens dos nomes dos “heterónimos” são disso prova, como a que encontrou para o do serralheiro António e para o meu: o Fernando tinha um dentista que se chamava Ernesto de Campos! Também apreciei imenso a aproximação que fez entre a corcundinha Maria José, que contemplava o serralheiro bem amado da janela, e Ofélia, que também aí se debruçava para ver passar o Fernando. Ah! delirei sobretudo com a metamorfose do Fernando em serralheiro, chamado <i style="mso-bidi-font-style: normal;">António</i> porque se está mesmo a ver que era a projecção do Fernando <i style="mso-bidi-font-style: normal;">António</i> ! Mas do que mais gostei foi do seu final, em que perfilha as opiniões de alguns “estudiosos” - diz - segundo os quais o Fernando teria como heterónimos D.Sebastião , António Botto, Mário de Sá-Carneiro, sendo a Ofélia um “anti-heterónimo”! E de seu livre alvedrio, o Sr. acrescenta Eliezer Kamenezky! E entram todos na contagem!</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Continuo sem perceber, como disse na comunicação anterior, porque é que o Sr. - que lamenta que não haja nesta longa lista de heterónimos “um homem de sucesso ou membro da nobreza” - se identifica de tal modo com o Fernando, “esse homem infeliz”, e chama ao seu livro uma “quase autobiografia”! </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Sr. coleccionador, continue a coleccionar todos esses pertences do Fernando, desgraçadamente vendidos avulsos em leilões, que com isso presta um grande serviço à pátria língua portuguesa! Mas não cumpra a sua ameaça: de contaminar os nossos estudantes, já tão vítimas da Internet, com as falsas notícias que o seu livro espalha, através duma escrita atrapalhada e coxeante.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Apoio o Fernando na sua militância por uma “pátria língua portuguesa”, para que conta sobretudo com o nosso amado Brasil, e por isso sou, como ele, implacável para com todas as ofensas que se façam à nossa língua e à nossa cultura, pensando e escrevendo.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
P.S.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Já composta esta missiva, chegou-me às mãos – da vista e do entendimento – a reacção do autor do livro em causa, que injuriosamente me apoda de louco e de bêbado e me acusa de o não ter lido. Ora essa! Como prometi na anterior comunicação, depois da minha reacção à entrevista em que o autor sintetiza as suas teses - apenas uma introdução a uma crítica a valer - mergulhei de cabeça na caudalosa biografia.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Aí fica a prova. Se a leitura me continuar a inspirar comentários, talvez reincida noutra crítica a valer.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Teresa Rita Lopes</b></div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-31400613543219012382012-05-06T07:27:00.000-07:002012-05-06T07:27:14.145-07:00Carta-monólogo de Álvaro de Campos<div class="post">
<div class="post-body">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><b>Carta-monólogo de Álvaro de Campos</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><b>comunicada mediunicamente a Teresa Rita Lopes</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Num iluminador semanário com o nome do astro-rei, de 20-4-2012, deparei com uma entrevista em que o entrevistado, José Paulo Cavalcanti Filho, “advogado pernambucano muito bem sucedido, ex-ministro da justiça de José Sarney”, como é apresentado pela entrevistadora, declara que “a obra de Pessoa é um testamento esperando que alguém o desvende”. O que só agora acontece – com a sua “quase autobiografia”, como a sub-intitulou, de tal maneira, confessa, se identifica com o Fernando. Tenho que reconhecer que é um gesto de grande coragem, visto que o apresenta como bêbado e homossexual, embora honestamente confesse a sua fracassada tentativa de encontrar alguma prova documental, quanto ao último ponto: por exemplo, uma “foto” do Fernando que “explicitasse” (diz ele) essas práticas. (Confesso que o gáudio de imaginar uma dessas fotos me solta o riso e desenruga a mente, que amanheceu chuvosa, como o dia. Desculpe, Fernando! Obrigada, senhor ex-ministro!). Mais: espreitando o Fernando pelo buraco da fechadura das suas investigações, o senhor ex-ministro - que biograficamente falando se identifica com o Fernando, não esquecer - narra as bebedeiras que ele ia cozer para a loja do amigo Eliezer, alfarrabista e judeu russo (“numa cama de arames”, precisa) para quem fabricava poemas a troco de uns trocos. Regozijemo-nos com mais estes inéditos para o activo do Fernando! Aqueles indigentes versos reunidos no livro Alma Errante, assinado Eliezer Kamenesky, saíram afinal da pena mercenária do nosso génio! Alerta, sôfregos descobridores de inéditos pessoanos, podem começar a salivar que vem aí mais material!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">“O momento mágico” - revelou o biógrafo à entrevistadora, que lhe perguntara “Qual a fonte mais importante” para a sua quase-biografia - aconteceu no dia em que leu, no meu poema “Tabacaria”, o verso “Se eu casasse com a filha da minha lavadeira talvez fosse feliz”. Então o ex-ministro pernambucano teve a sua epifania suprema: foi a correr à procura da lavadeira de Pessoa, Irene, que por sinal tinha uma filha, Guiomar, “por quem Pessoa se sentiu atraído”. Um pouco mais de coerência, senhor ex-ministro! Então o Fernando era homossexual e sentia-se assim “atraído” do pé prá mão, não só pela filha da lavadeira como pela Ofélia, a quem o Senhor seguidamente responsabiliza pela mudança da minha orientação sexual : diz mesmo que, a partir do namoro com Ofélia, “os textos do Álvaro de Campos vão-se transformando” e, mais radicalmente, “o engenheiro naval aparece casado, com a mulher ao lado a fazer tricô.” E justifica perante a entrevistadora os seus métodos investigatórios: “Quando você não conhece a vida dele não percebe estas ligações.” Desconfie desse seu saber, senhor ex-ministro: homossexual e bêbado sou eu, e com muita honra! – ou orgulho, como agora se diz. Está para nascer a pessoa que tenha visto o Fernando publicamente bêbado ou a namorar com um homem! Vai ter que fazer outro livro para apresentar essas provas!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">O entrevistado biógrafo teve também, como o Fernando, o seu “dia triunfal”: esse em que conheceu a lavadeira e a filha de que eu falo em “Tabacaria” e concebeu a sua “quase autobiografia”, produto de incansáveis pesquisas, sobretudo encomendadas : ele até revela o nome de um dos pesquisadores: um tal Eleutério, historiador português, que andou anos à procura duma sapataria Contexto que o biógrafo (ou um dos seus funcionários) encontrou referida em letra impressa, talvez num recibo, ele não diz onde mas afirma ser seguramente fornecedora do Fernando. O historiador a soldo não encontrou rasto dessa importante sapataria mas o biógrafo tinha uma fezada que ela tinha que existir na Baixa, porque o janota do nosso Poeta, afirma ele, nunca se calçaria “na periferia. Só na zona mais cara”. E, ao cabo de grandes trabalhos, não é que o historiador acabou por descobrir – ou não fosse esse Eleutério descendente duma raça de descobridores! – que existira nos anos 20 uma sapataria na Baixa, sim senhor, chamada Contente! E quem exultou de contente foi o biógrafo que nos assegura que Contexto era gralha, o nome da sapataria só poderia mesmo ser Contente! Confesso que esta noite não vou dormir a tentar lembrar-me se a sapataria onde o Pessoa elegantemente se calçava era Contente ou Contexto. É que, sem isso, como afirma o biógrafo, nunca chegaremos ao entendimento da sua obra! - à revelação do “testamento” que a obra pessoana constitui e “que esperou 70 anos” “que alguém a desvende”. Salvé, senhor ex-ministro da Justiça, que com estas iluminantes revelações vai finalmente fazer jus ao génio do Fernando!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Com igual rigor investigatório e interpretativo, diz o autor da biografia (quase) que eu me chamo Álvaro de Campos porque o Fernando tinha um dentista que se chamava Ernesto de Campos! Agora sou eu que me vou pôr a investigar sobre algo de tão importante para a minha identidade: com quantos Campos, além do engraxador, do moço dos recados e do criado de café, lidava quotidianamente o Fernando.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Peço a quem me ler, e tiver alguma informação a este respeito, que faça o obséquio de ma comunicar, que eu não tenho posses para pagar a informadores.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">A determinação do nome e sítio exacto da tabacaria inspiradora do meu poema homónimo também fez perder bastante tempo, e sobretudo dinheiro, ao escrupuloso biógrafo que confessa o seu fracasso: nada apurou. Mas afirma a pés juntos que ela ficaria com certeza em frente da “mansarda da casa Moitinho, onde ele fazia serviços de correspondente estrangeiro”. Onde foi ele buscar essa da “mansarda Moitinho”? Outra epifania? Ou será porque eu afirmo nesse meu poema “sou e serei sempre o da mansarda”? Quem o manda levar demasiado a sério as minhas metáforas, sr. ex-ministro?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Mas tenho que reconhecer que deu a ganhar a muita gente: até reuniu uma junta médica para saber de que moléstia morreu o Fernando! “Eu criei uma junta médica. Fiz um calhamaço com todos os textos em que ele falava das dores e doenças e reuni os professores de Medicina mais importantes da minha terra, para sessões aos sábados na minha casa. Foram reuniões mastodônticas, examinando e discutindo toda a documentação. Até que se chegou à conclusão mais plausível de que Pessoa morreu de pancreatite”. Oh Senhor ex-ministro! a essa conclusão chegou há dezassete anos, sozinho, um médico da nossa praça, Francisco Manuel Fonseca Ferreira, que até a publicou em livro (Fernando Pessoa (A penumbra do génio), Livros Horizonte, 1995) – sem precisar para isso de “reuniões mastodônticas”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Este livro põe-nos perante uma inovadora orientação da ciência médica aplicada a escritores, uma nova forma de autopsiar cadáveres ausentes. Olhe, e já agora, reúna de novo a sua junta médica e pergunte-lhe se pode sofrer de delirium tremens ( que o senhor diagnostica no Fernando) alguém com aquela letra tão certinha como era a dele quando se apurava. Leve-lhes, por exemplo, o requerimento com que ele se candidatou, em 1932, ao lugar de conservador-biliotecário do Museu Conde Castro Guimarães (esse a que o Senhor se refere, chamando-lhe “Museu de Cascais” – por favor, não abandalhe a nobre instituição, que ainda existe!).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Além disso, fiquei a saber, através desta entrevista, que o biógrafo conseguiu acesso a duas cartas da Ofélia “censuradas”, diz ele, isto é, não publicadas pela sobrinha do Fernando, sua proprietária, na esperança de encontrar uma revelação importante : “um aborto, por exemplo”. Oh Senhor Dr. ex-ministro: então diz que o Fernando morreu virgem (“Ele nunca teve mulher ou homem”) e admite que tenha engravidado a Ofélia? Por obra e graça do Espírito Santo, não? Só lhe falta admitir que por intervenção minha!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Mas oh! decepção suprema! o “assunto delicado” que farejava tinha apenas a ver com uma passagem (é a interpretação, errada, do biógrafo) em que a Ofélia conta que “tinha passado mal a noite com aquela “doença mensal” das mulheres”. E o nosso consciencioso biógrafo, que ia à espera de aparar um aborto, teve que se contentar com uns reles pensos higiénicos. Confessa: “Eu quase me mato…” Também não era caso para tanto, Senhor ex-Ministro… Um investigador-biógrafo tem que estar preparado para estas sórdidas surpresas…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Ah! tenho que ser sincero: aprendi uma coisa que não sabia: que o vaidoso do Fernando tinha “receita médica de 12 dioptrias mas usava óculos de 3 para não ficar com os olhos pequenos por causa das lentes grossas, e por isso aceitava ver tudo desfocado ao longe.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Oh Fernando! só agora percebo porque é que você nunca me acenava quando eu vinha do Rossio, no início da Rua Augusta, e você aparecia emoldurado pelo Arco!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Mas olhe, senhor ex-ministro, coleccionador confesso de relíquias pessoanas: tem a certeza que esses óculos todos que lhe venderam como sendo do Fernando eram mesmo dele? Olhe que esse informador alfarrabista que comprou a loja ao Eliezer, e o pôs ao corrente das sestas alcoólicas que o Fernando lá fazia, teve à venda nesse seu estabelecimento, nos anos oitenta, óculos do Fernando, que eu bem me lembro. Mas creio que também uma bengala dele, e eu juro e trejuro que o Fernando nunca usou bengala nenhuma!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Fiquei impressionadíssimo com outra estória que o biógrafo narra, no livro e na entrevista em questão. Diz ele que a Ofélia contou a um jornalista da Globo que nada escreveu sobre isso nos jornais (rara discrição num jornalista!) mas relatou “como por destino” ao biógrafo (que, para isso, se sente messianicamente eleito pelo Destino!) que, quando o Fernando morreu, passou “toda a noite segurando a mão dele, já morto, no hospital, falando de tudo o que tinha ficado por dizer.” Esta estória – de “um romantismo incrível”, diz o biógrafo - já foi referida, citando precisamente a sua biografia, num congresso recente em que os sobrinhos do Fernando, por acaso presentes, lhe denunciaram a ficcionalidade: o Fernando foi assistido até aos seus últimos momentos, no hospital São Luís, pelo primo médico Jaime Neves que, mesmo que não fosse primo, não ia permitir que alguém ficasse toda a noite, “até ao nascer do dia”, a namorar com um cadáver. Essa gótica prática seria, admito, “de um romantismo incrível” mas, convenhamos, pouco corrente nos nossos prosaicos hospitais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Agora confesso que estou em pulgas e me vou precipitar sobre o livro para saber a explicação do biógrafo para a razão pela qual o Fernando “tinha vergonha do próprio corpo e qualquer relação não seria nunca consumada.” O ex-ministro não a quis revelar, disse que a mulher o proibira determinantemente de falar disso nas entrevistas. Mas que está no livro. Será que o tal jornalista da Globo ou os investigadores a soldo do biógrafo falaram com alguém que tivesse visto o que, supunha eu, só a Mãe do Fernando contemplara, e apenas na sua primeira infância? O biógrafo ex-ministro tem que me ficar agradecido pela publicidade – e de borla! – que lhe estou a fazer ao livro! Pode ter a certeza que com esta revelação vai meio mundo precipitar-se para o comprar! As pessoas hoje em dia só compram este tipo de obras, em que o autor espreita alguém ou alguens pelo buraco da fechadura – de preferência, em pêlo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Mas tenho que lhe fazer justiça, senhor ex-ministro desse ramo: tem que amar obsessivamente o Fernando para levar a vida a comprar “tudo” dele (“Eu tenho tudo!”, gabou-se à entrevistadora), até a sua colecção de selos, “os óculos que usava” (lembre-se do que a esse respeito lhe disse há pouco!), “a biblioteca pessoal dele” (então a da Casa Pessoa é imitação?). E eu amo quem ama o Fernando. Por isso, dê cá um abraço e continue a coleccionar “tudo”, objectos e informações sobre ele e os seus arredores, nos quais resido. Prometo que se comprar a Arca, como diz ter intenção, para a doar à Casa Pessoa, eu até lhe confidencio uma porção de coisas que mais ninguém sabe para o seu próximo livro! Faça isso, senhor ex-ministro da Justiça, com o que dará uma justa bofetada ao Estado português, que não comprou, no último leilão dos pertences do Fernando, esse símbolo da nossa identidade nacional, adquirido por um particular, aliás por um preço irrisório. E pensar que, com o dinheiro que foi e continua a ir buscar aos nossos bolsos para pagar os roubos feitos no BPN pelos parceiros e vizinhos do nosso Presidente, o Estado compraria essa arca milhões de vezes!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: 85%;">Prometo que me vou avidamente precipitar sobre o seu livro. Se o senhor entretanto comprar a arca, quem sabe se eu até vou escrever que saber o nome da sapataria onde o Fernando se calçava, e da rua da tabacaria que me inspirou e da lavadeira Irene e sua filha Guiomar é perfeitamente indispensável para entender a nossa obra – nossa, sim, que detenho um razoável número de quotas nessa empresa.</span></div>
<br />
<div style="clear: both;">
</div>
</div>
</div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-45960015059894258442012-05-05T02:52:00.001-07:002012-05-05T03:00:25.531-07:00«Fernando Pessoa, Filosofia, Religião e Ciências do Psiquismo Humano» Convite<strong>Convidamos todos a estarem presentes na 8º sessão do ciclo de conferências «Fernando Pessoa, Filosofia, Religião e Ciências do Psiquismo Humano» que contará com uma palestra conjunta do sobrinho de Fernando Pessoa Dr. Luiz Miguel Roza Dias e da Dra. Maria do Sameiro Barroso. A palestra será subordinada ao seguinte tema:<br /><br />- "Fernando Pessoa e os paradigmas da normalidade, memória, testemunho e contexto".</strong><br />
<br />
<strong>A moderação do debate estará a cargo da Professora Teresa Rita Lopes.</strong><br />
<strong><br />A sessão terá lugar na Casa Fernando Pessoa, no dia 9 de Maio, pelas 18h30.<br /><br />Organização: Paulo Borges, Nuno Ribeiro e Cláudia Souza</strong>.Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-66204380686119488052012-04-26T03:51:00.002-07:002012-05-06T07:30:38.992-07:00Pessoa(s) na Escola - Uni-versos Plurais<div style="text-align: justify;">
Conferência subordinada à temática<span class="ecxApple-converted-space"> </span><strong>Pessoa(s) na Escola - Uni-versos Plurais,</strong><span class="ecxApple-converted-space"> </span>organizada no âmbito do Projeto Mundos em Diálogo, pelo Agrupamento de Escolas de Romeu Correia em parceria com a Câmara Municipal de Almada e o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade - Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica e Reserva Botânica da Mata Nacional dos Medos, que se realizou no dia 12 de abril de 2012, na Escola Secundária de Romeu Correia, Feijó, Almada. Nesta ocasião, Teresa Rita Lopes e Maria João Serrado fizeram uma palestra sobre a obra de Fernando Pessoa e a escola preparou uma excelente exposição de desenhos e esculturas inspiradas na obra de Pessoa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRN7oqbSYAfcvU34sGC2mz07ttkXB1qd-AdzKWTIdxjTnN4f_l9EuibKsstozK7IeDs-ewT8CcIROpW7qNwn0I_2aeO5X-BFDaB46WpxeZShKng44XikxmSwL7YOEZ45gfQWDaegupvZA/s1600/Feij%C3%B3_2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRN7oqbSYAfcvU34sGC2mz07ttkXB1qd-AdzKWTIdxjTnN4f_l9EuibKsstozK7IeDs-ewT8CcIROpW7qNwn0I_2aeO5X-BFDaB46WpxeZShKng44XikxmSwL7YOEZ45gfQWDaegupvZA/s320/Feij%C3%B3_2.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgERujb89unCznHO-IlHNarWKwPIiFNigmsbICLslScNPMktHxMhzJgaikhPhstGIMbJehRiTNSB-4ylezF_kdemZ9LxE_XOlNZbV7wFmZQW0wmTIxFn1WEIQqwh8BxmPKqnebYqNjWB7A/s1600/Feij%C3%B3_5.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgERujb89unCznHO-IlHNarWKwPIiFNigmsbICLslScNPMktHxMhzJgaikhPhstGIMbJehRiTNSB-4ylezF_kdemZ9LxE_XOlNZbV7wFmZQW0wmTIxFn1WEIQqwh8BxmPKqnebYqNjWB7A/s320/Feij%C3%B3_5.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq-vAIkls-A_oK_Yb696mwueb4dhirgmwi9i_2OkRj0ZzrOSmvYLHsVhLDH7yrJMOSqenUAWrdHanXfh5Grk0H3a-1cEPKE-q29rOKMvptXaXiqxIdBsY1BATuNGviPLJ6XwB1j7sBbAw/s1600/Feij%C3%B3_8.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq-vAIkls-A_oK_Yb696mwueb4dhirgmwi9i_2OkRj0ZzrOSmvYLHsVhLDH7yrJMOSqenUAWrdHanXfh5Grk0H3a-1cEPKE-q29rOKMvptXaXiqxIdBsY1BATuNGviPLJ6XwB1j7sBbAw/s320/Feij%C3%B3_8.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJr6XuWWLMli_f8rY-RKTJhyphenhyphen0gCp0JEGeD16HQAnRemeGNVPUAGzl2HNMmCkXe5_XhuJZEaEDyQ4fH3bOXwfAWEnMiH75E8r3CSLD2XeOpGC5MBEG9dHUGZ1P_-Ryj5Nb1Od3CFPcCZv0/s1600/Feij%C3%B3_10.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJr6XuWWLMli_f8rY-RKTJhyphenhyphen0gCp0JEGeD16HQAnRemeGNVPUAGzl2HNMmCkXe5_XhuJZEaEDyQ4fH3bOXwfAWEnMiH75E8r3CSLD2XeOpGC5MBEG9dHUGZ1P_-Ryj5Nb1Od3CFPcCZv0/s320/Feij%C3%B3_10.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4UhTZRluBODwf4HbTu83cwMm22DHE4ZkPGE3QqYYZVy9Nx5J8XzVC07zwFY2BSovighSoLvIk5HzJomOHlbK8xw3aNUtPLuv3LJF_XcG4GgiNUyW0ZRz3kZXwU1OYUxWyyQwWa5CNc7s/s1600/Feij%C3%B3_21.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4UhTZRluBODwf4HbTu83cwMm22DHE4ZkPGE3QqYYZVy9Nx5J8XzVC07zwFY2BSovighSoLvIk5HzJomOHlbK8xw3aNUtPLuv3LJF_XcG4GgiNUyW0ZRz3kZXwU1OYUxWyyQwWa5CNc7s/s320/Feij%C3%B3_21.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6Kj4w-Qafn7z6RHJ6NDWJCuI9ar_JsW9E-6y1IyEM4Uwt5PwezY4bHGlv772Te3ryvjCwqukiX3nY0k2-9iCwx_1rlYhGaX4XcgW0eNPoHa020QCc-0JthHpxlZwTNVm3EpKirYvK3ck/s1600/Feij%C3%B3_4.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6Kj4w-Qafn7z6RHJ6NDWJCuI9ar_JsW9E-6y1IyEM4Uwt5PwezY4bHGlv772Te3ryvjCwqukiX3nY0k2-9iCwx_1rlYhGaX4XcgW0eNPoHa020QCc-0JthHpxlZwTNVm3EpKirYvK3ck/s320/Feij%C3%B3_4.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpaNeE30MG5FaLs9oyWngG3mTxjC940RjEB9SudrkmZRu-tcSk3bQwQBaQZzvll6-MjlXKhu-Oc1tFyG8hEe3RVlsHWVyKvPJmxHKF9S9P7AFFOkAQBlblTdVtDVSmSa9lJ9LKOs4Ku4o/s1600/Feij%C3%B3_12.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpaNeE30MG5FaLs9oyWngG3mTxjC940RjEB9SudrkmZRu-tcSk3bQwQBaQZzvll6-MjlXKhu-Oc1tFyG8hEe3RVlsHWVyKvPJmxHKF9S9P7AFFOkAQBlblTdVtDVSmSa9lJ9LKOs4Ku4o/s320/Feij%C3%B3_12.JPG" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-51818964965827096242012-04-11T03:22:00.000-07:002012-05-06T07:36:20.470-07:00Pessoa na Gulbenkian<strong><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Confiram as fotos da encenação realizada na Fundação Calouste Gulbenkian no dia 31 de Março. </span></strong><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 1cm 10pt 0cm;">
<strong><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #2a2a2a;">Foi apresentada por Teresa Rita Lopes a montagem de textos pessoanas que lhe foi pedida, sobre "Pessoa e a Viagem", numa leitura encenada por Nuno Cardoso, assumida por Albano Jerónimo, Sofia Correia e Carlos Pimenta.</span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; line-height: 150%;"></span></span></strong></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5T9gnYtv_9iyDEqkM1Y6SB6UqNKKAKUMGDWU0aN6FPHN-ATN9HWnn1JGTdXuslv2MnRRLcKLIKqGZPWbwzI5-jVCGSwGjOyAfY5UyKD8ybS8CC9aF8WsiGTUFTBwR91Ua3X9c5nXBewk/s1600/Pessoa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="207" qda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5T9gnYtv_9iyDEqkM1Y6SB6UqNKKAKUMGDWU0aN6FPHN-ATN9HWnn1JGTdXuslv2MnRRLcKLIKqGZPWbwzI5-jVCGSwGjOyAfY5UyKD8ybS8CC9aF8WsiGTUFTBwR91Ua3X9c5nXBewk/s320/Pessoa.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK4G1ZhyRuNDEBQkgzymcKgEM_t3D1fMMG38TYMJ_SFv6XWoO_bICHHF1uIY5Ks2y21B6CFm6DhiVP9DJrtKixfi6wsgNVckZF6dge6dea8bE5HyhLsC6RvwKreLtAIsMK4UmFjA2_y3o/s1600/trl.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="210" qda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK4G1ZhyRuNDEBQkgzymcKgEM_t3D1fMMG38TYMJ_SFv6XWoO_bICHHF1uIY5Ks2y21B6CFm6DhiVP9DJrtKixfi6wsgNVckZF6dge6dea8bE5HyhLsC6RvwKreLtAIsMK4UmFjA2_y3o/s320/trl.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz7rpvRd-PXRqF5DsbNT11I6sZhPM-dJQ0I68dDMh-iN30M2AE9DK3BwRaZuM5LtkksF1bhkqMVWTl64xXEFCeyRcr2cLTtWJ_vpaxME4AO7inJpv-oOl3ZGCn5G8_wkjC8MLr252xZO8/s1600/trl+II.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" qda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz7rpvRd-PXRqF5DsbNT11I6sZhPM-dJQ0I68dDMh-iN30M2AE9DK3BwRaZuM5LtkksF1bhkqMVWTl64xXEFCeyRcr2cLTtWJ_vpaxME4AO7inJpv-oOl3ZGCn5G8_wkjC8MLr252xZO8/s320/trl+II.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuCnPiT9d5qx2YWPGUVCU5hBb2CUPVRigw7B04NLjIAML6hd2dtFRECrkm8YRGePl-QDrvZrCu3n_owUXLDAzU2YBaxnPqKSZELOMnjw7zEbHM_rjUT9C1CtskGywKRkKsw4mw9ZzZ2h4/s1600/trl+III.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" qda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuCnPiT9d5qx2YWPGUVCU5hBb2CUPVRigw7B04NLjIAML6hd2dtFRECrkm8YRGePl-QDrvZrCu3n_owUXLDAzU2YBaxnPqKSZELOMnjw7zEbHM_rjUT9C1CtskGywKRkKsw4mw9ZzZ2h4/s320/trl+III.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFLcoe5PYUzKt4fe2fIRqViCbfq6HbpeDhBnBWYONDHPOpysXWk2_9iliwEjLdqF0TUgir7j59NCkItw3e2fKmjFxhM0-eVXLFR3Hj8LtPMLkrosgs2muOJItkxXVYpWVdGmRYje_gyIU/s1600/trl+IV.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="205" qda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFLcoe5PYUzKt4fe2fIRqViCbfq6HbpeDhBnBWYONDHPOpysXWk2_9iliwEjLdqF0TUgir7j59NCkItw3e2fKmjFxhM0-eVXLFR3Hj8LtPMLkrosgs2muOJItkxXVYpWVdGmRYje_gyIU/s320/trl+IV.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhlpVo8A5MhmIURT2dd8Ql4vUCYOQHh7m_GWeQftQSZjtShyphenhyphenKH35IX9vCBxyBWC6Po_j-Zn02eT-FQ6w9xzz2l9va0W9gxATVdb54-M8bNrCMnfchjA0SM1Y_8ZRKlIq72Iwuyrgvlnqg/s1600/trl+V.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="210" qda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhlpVo8A5MhmIURT2dd8Ql4vUCYOQHh7m_GWeQftQSZjtShyphenhyphenKH35IX9vCBxyBWC6Po_j-Zn02eT-FQ6w9xzz2l9va0W9gxATVdb54-M8bNrCMnfchjA0SM1Y_8ZRKlIq72Iwuyrgvlnqg/s320/trl+V.jpg" width="320" /></a></div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-6573236762638009492012-03-29T02:09:00.019-07:002012-03-29T15:05:06.342-07:00Dia da Poesia - 21 de Março<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Parceiros da Amnistia, sede benvindos! "A poesia implica", ouvi dizer a Manuel Alegre que o ouviu a Sophia de Mello Breyner Andresen.O dia 21 de Março, dia da Poesia, foi assinalado pela Amnistia internacional com uma apresentação de poemas. Confiram! (<a href="http://www.amnistia-internacional.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=930:a-poesia-nao-discrimina&catid=35:noticias&Itemid=23"><span style="color: blue;">http://www.amnistia-internacional.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=930:a-poesia-nao-discrimina&catid=35:noticias&Itemid=23</span></a>)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><b><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Lágrima de preta</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Encontrei uma preta</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">que estava a chorar,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">pedi-lhe uma lágrima</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">para a analisar.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Recolhi a lágrima</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">com todo o cuidado</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">num tubo de ensaio</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">bem esterilizado.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Olhei-a de um lado,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">do outro e de frente:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">tinha um ar de gota</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">muito transparente.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Mandei vir os ácidos,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">as bases e os sais,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">as drogas usadas</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">em casos que tais.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Ensaiei a frio,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">experimentei ao lume,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">de todas as vezes</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">deu-me o que é costume:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">nem sinais de negro,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">nem vestígios de ódio.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Água (quase tudo)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">E cloreto de sódio.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><b><i><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">António Gedeão</span></i></b><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><b><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">URGENTEMENTE</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> É urgente o amor</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> É urgente um barco no mar.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> É urgente destruir certas palavras,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> Ódio, solidão e crueldade,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> Alguns lamentos, muitas espadas.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> É urgente inventar alegria,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> Multiplicar os beijos, as searas,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> É urgente descobrir rosas e rios</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> E manhãs claras.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> Cai o silêncio nos ombros e a luz</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> Impura, até doer.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> É urgente o amor, é urgente permanecer.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><b><i><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> Eugénio de Andrade</span></i></b><br />
<br />
<strong></strong><br />
<strong> Abelha e vespa</strong><br />
<br />
Matei a vespa<br />
Poupei a abelha.<br />
Com que direito<br />
as julgo?<br />
<br />
<br />
<strong>Teresa Rita Lopes</strong><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><br />
<br />
<span style="color: white;"><i><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Acontecido ao ler o pungente artigo do médico Pedro Afonso, no “Público” de 21.6.2010</span></i><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Isto não veio nos jornais:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> A mão estende-se não para pedir</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">ou dar esmola</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> mas para exibir um papel já muito segurado</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">da Segurança Social.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> A mão é tosca</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> apalpada por uma vida</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">de trabalho.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> A mão está desempregada.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> O seu corpo também.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Erra de cadeira em cadeira</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> de banco de jardim em banco</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">de jardim.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> É uma mão desempregada</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> nomeada estatisticamente</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">entre um milhão de mãos desempregadas.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> É uma mão</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">envergonhada do seu ócio.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> Algumas passam uma corda</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">à volta do pescoço.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> Outras batem nos mais fracos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Outras roubam ou empunham facas.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> Há mãos que</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">enlouquecem e apertam gatilhos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> Outras desistem sobre</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">as pernas sentadas</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> inertes como aves mortas.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Que tremenda revoada se todas essas asas levantassem voo!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">E aí sim, viriam com certeza nos jornais.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-indent: 0cm;"><span style="color: white;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 1cm 10pt 0cm;"><b><span style="color: white; font-family: "Arial", "sans-serif"; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Teresa Rita Lopes</span></b></div></div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-71146275185028428102012-03-13T04:18:00.004-07:002012-03-28T11:02:11.470-07:00Novos dados para a história do Futurismo em Portugal<div style="text-align: justify;"><strong>Preâmbulo (Teresa Rita Lopes):</strong></div><div style="text-align: justify;">A Patrícia foi minha (excelente) aluna e já então lhe publiquei, na <em>Mealibra</em>, revista nossa parceira, um texto sobre José GomesFerreira.Reagiu ao meu artigo publicado recentemente no <em>Jornal de Letras</em> -agora no nº 2 da nossa <em>Modernista</em> - "Pessoa, empresário da Íbis, "criador de anarquias" e "de civilização"- dando-me uma notícia relacionada com um primo de Pessoa, de Tavira, dono de uma tipografia e de um jornal, de que eu aí falara, e outra, de que nunca ninguém tinha falado...Respondi que a investigação é uma teia tecida a várias mãos e pedi-lhe que desse forma de artigo à importante notícia que me dera. E ela aí está - pela pena da Patrícia, novo membro do IEMO.</div><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;"></span></b><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Novos dados para a história do Futurismo em Portugal</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Patrícia de Jesus Palma<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></b></span></span></span></a></span></b></div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A 20 de fevereiro de 1909, o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Figaro</i> publicou o documento fundador de um novo movimento literário, «Fundação e Manifesto do Futurismo», assinado por F.-T. Marinetti, director da Revista <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Poesia</i>. Tratava-se de um documento incendiário, provocatório e agressivo que correu o mundo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O seu tom revolucionário permitiu, nomeadamente em Portugal, que fosse lido como uma «<i style="mso-bidi-font-style: normal;">blague</i> carnavalesca», cuja data de lançamento, «nas antevésperas de Domingo Gordo»<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span></span></span></a>, justificava. Quem assim se exprimia era Xavier de Carvalho, correspondente do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jornal de Notícias</i> em Paris, que, a 6 de Abril de 1909, comentando a peça de Marinetti «O Rei Bombance», reafirmava: «O público recebeu a peça de Marinetti à gargalhada, como já tinha recebido com troça o programa dessa escola literária do Futurismo que o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Figaro</i> lançara também (segundo todos o creem) por brincadeira.»<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span></span></span></a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Não obstante, Xavier de Carvalho apenas noticia o aparecimento do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Manifesto</i>, fazendo pequenas citações que legitimam a sua perspectiva sobre o assunto.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Será Luís-Francisco Bicudo quem, de Génova, remeterá ao <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Diário dos Açores </i>a tradução integral do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Manifesto</i> e da Entrevista de Marinetti, na qual o autor esclarecia algumas das afirmações mais polémicas do texto. Bicudo declarava: «O <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Diário dos Açores</i> é um dos primeiros, senão o primeiro jornal que apresenta aos seus leitores a nova escola de poesia.»<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span></span></span></a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Em 1981, Pedro Silveira, recenseando a recepção que o Futurismo tivera em Portugal no ano do seu documento fundador, afirma: «O que adiante se reúne, colhido no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jornal de Notícias</i> do Porto e no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Diário dos Açores</i> de Ponta Delgada, é tudo quanto na imprensa portuguesa em 1909 foi notícia de ter nascido em Paris, e tendo por pai F.-T. Marinetti, o Futurismo.»<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span></span></span></a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Felizmente, na investigação, nada é definitivo e, por isso, estamos agora em condições de rever esta afirmação, trazendo à liça novos dados para a história do Futurismo em Portugal<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span></span></span></a>. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quatro dias antes do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Diário dos Açores</i>, a 1 de Agosto, em Tavira, cidade berço de Álvaro de Campos, o jornal <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Heraldo</i> («Antigo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jornal de Annuncios</i>») dedicava o seu artigo de fundo a «O FUTURISMO». <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Assinou-o Ribeiro de Carvalho, que entre observações pessoais, cita grande parte do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Manifesto</i> e da Entrevista, que Luís-Francisco Bicudo viria a publicar na íntegra. Não há, no entanto, nenhuma relação entre os textos dos dois redactores, a não ser naturalmente o seu objecto.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ribeiro de Carvalho apresenta a nova escola num tom irónico; reconhece-lhe a força – «São estas as musas inspiradoras da nova escola, que pretende tornar os poetas em homens glorificados pela sua acção fecunda na vida, elevando-se com ela» – mas considera-a «uma simples fantasia de poetas».</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">O texto inicia-se com a referência à origem geográfica da nova ideia: </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 85pt 0pt 70.9pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">«chega da Italia, da lyrica e progressiva Milão, com as vibrações de um clarim de guerra, com todo o colorido estranho de um combate á luz crua e ardente do sol dos trópicos e não com a suavidade lendária do radioso ceo da velha terra itálica. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 85pt 0pt 70.9pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">De que se trata? Apenas de uma nova escola literária, á qual o seu creador chamou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Futurismo</i>. E, sendo uma escola poética, dá agora a volta ao mundo, não de lyra trovadoresca sobre o peito, mas de coura e montante, viseira descida sobre o rosto homérico e fatal…» </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Depois da tradução de várias passagens do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Manifesto</i> e da Entrevista, Ribeiro de Carvalho ironiza: «Dar um beijo em uns lábios inspirados de poeta, para o ouvir cantar em seguida a buzina de um automóvel… Só por uma ironia capaz de empallidecer as estatuas que pelos muzeus tivessem escapado á fúria evangelizadora da nova horda poética…».</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quem assim falava era Joaquim Ribeiro de Carvalho<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span></span></span></a>, poeta desde os 15 anos<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span></span></span></a>, a quem Abel Botelho considerava aos 19 ter reatado «a boa tradição renovadora de António Nobre e Junqueiro, por uma fruste legião de medíocres imitadores deploravelmente interrompida.»<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span></span></span></a> e Júlio Dantas classificaria como «um dos modernos mestres do soneto português»<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span></span></span></a>.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mas não foi a faceta de literato aquela que mais notabilizou Ribeiro de Carvalho: entre a poesia e a tradução<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[11]</span></span></span></span></a>, Ribeiro de Carvalho tem sido recordado principalmente como herói da República e como jornalista. Em 1897, colaborou no primeiro jornal republicano que foi dado à estampa em Leiria, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Integridade</i>, data a partir da qual espraiou colaboração por grande parte dos periódicos do país, de Norte a Sul e Ilhas. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A sua actividade em prol da República tornou-se incessante. Participou activamente na revolução de 5 de Outubro como aliciador junto do pessoal dos eléctricos e, no dia 5, proclamou a República Portuguesa na varanda dos Paços do Concelho de Lisboa. Em 1911, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte pelo círculo de Leiria e sucessivamente reeleito até Maio de 1926, com excepção do período Sidonista (Dez./1917-Dez./1918). Ainda em 1911, criou com António José de Almeida o Partido Evolucionista e o jornal <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Radical </i>(Leiria), órgão do mesmo partido, do qual era editor e proprietário. Pertenceu aos Partidos Republicano Português, Evolucionista, Nacionalista e de Acção Republicana. Foi iniciado na Maçonaria também no ano de 1911: primeiro no triângulo n.º 143 de Erra (Coruche), com o nome Liberto, depois passou para a loja <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Evolutiva</i> (1911), também de Coruche, e, finalmente para as lojas <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Acácia</i> (1929) e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Cândido dos Reis</i> (1933), de Lisboa. Foi membro activo da Carbonária<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span></span></span></a>.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Entre toda a sua profícua actividade jornalística, destaca-se o período em que dirigiu o jornal <i style="mso-bidi-font-style: normal;">República</i> de 1921 a 1924 e depois de 1930 a 1941, que o seu amigo António José de Almeida havia fundado e por cuja memória, em 1930, Ribeiro de Carvalho reanimou. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Nos diversos textos biográficos que consultei acerca de Ribeiro de Carvalho não encontrei, contudo, em nenhum deles, referência à sua colaboração no jornal <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Heraldo</i> («Antigo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jornal de Annuncios</i>») (1901-1912) de Tavira, colaboração essa constante e muito significativa<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn13" name="_ftnref13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[13]</span></span></span></span></a>.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Que relações trariam Ribeiro de Carvalho a Tavira? É o que tentaremos deslindar em seguida.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O Heraldo</span></i><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> foi um jornal de longa vida, ao contrário da maior parte dos jornais de província, cuja principal característica é a sua efemeridade. Foi fundado sob a designação <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jornal de Annuncios</i>, em 1883, por João Daniel Gil Pessoa, primo em segundo grau de Fernando Pessoa. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Este tavirense<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn14" name="_ftnref14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[14]</span></span></span></span></a>, visto como «<span style="mso-bidi-font-style: italic;">grande empreendedor a quem Tavira deve as mais arrojadas e florescentes das suas empresas industriais»<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn15" name="_ftnref15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[15]</span></span></span></span></a>, lançou </span>a actividade tipográfica em 1882, fundando a Tipografia Burocrática<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn16" name="_ftnref16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[16]</span></span></span></span></a>, e iniciou a periodística em 1883.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Profissionalmente era escrivão da comarca de Tavira, o que o terá levado ao estabelecimento da oficina e à fundação do jornal que se destinava sobretudo aos anúncios oficiais das comarcas e das câmaras<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn17" name="_ftnref17" style="mso-footnote-id: ftn17;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[17]</span></span></span></span></a>. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Cerca de 1896, João Daniel Gil Pessoa vendeu a tipografia e a propriedade do jornal a José Maria dos Santos<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn18" name="_ftnref18" style="mso-footnote-id: ftn18;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[18]</span></span></span></span></a>, que o conduziu até ao n.º 965, de 27/XII/1900, data em que o interrompeu, devido a desentendimentos com a comarca de Tavira. Nesta altura, transformou-o num jornal noticioso e cultural e a 3 de Janeiro de 1901 saiu com o n.º 966 <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Heraldo</i> («Antigo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jornal de Annuncios</i>»)<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn19" name="_ftnref19" style="mso-footnote-id: ftn19;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[19]</span></span></span></span></a>, publicando-se até 25/II/1912<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn20" name="_ftnref20" style="mso-footnote-id: ftn20;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[20]</span></span></span></span></a>.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O Heraldo</span></i><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> reuniu à sua volta a elite intelectual da região e foi uma verdadeira escola jornalística e literária para os mais novos. António Crisóstomo dos Santos (1878-1851), filho do director do jornal, foi um dos principais animadores, dedicando-se vida fora ao jornalismo a par da sua principal actividade profissional. Amigo íntimo de João Lúcio, de José Francisco Teixeira de Azevedo e de José Ribeiro Castanho, todos praticamente da mesma idade e estudantes de Direito na Universidade de Coimbra (à excepção de António), fundou com eles, o jornal literário <i>O Reyno do Algarve</i><span style="mso-bidi-font-style: italic;"> (13/08-05/XI/1899),</span> onde publicaram textos seus, assim como dos poetas Bernardo de Passos, Bartolomeu Salazar Moscoso e de Teixeira de Pascoaes, colega de curso. Em Coimbra, colaboravam na imprensa local e em jornais como a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ave Azul</i> (Viseu) ou<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> O Campeão</i> (Porto), para onde Joaquim Ribeiro de Carvalho também enviava os seus textos. Não conheço a circunstância exacta que pôs Ribeiro de Carvalho em contacto com este grupo de estudantes algarvios, embora creia que a comum actividade literária e jornalística tenha promovido a natural confraternização.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A 7 de Março de 1901, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Heraldo</i> abriu as páginas a um «Torneio Litterario», tendo em Coimbra e no Porto dois responsáveis pelo concurso: João Lúcio e António Carvalhal, respectivamente. A 4 de Julho publicou o resultado, a fotogravura, a biografia e uma recensão aos livros do vencedor: Joaquim Arnal Ribeiro de Carvalho<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftn21" name="_ftnref21" style="mso-footnote-id: ftn21;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[21]</span></span></span></span></a>, que havia vencido com 41 votos, a maioria enviados de Coimbra. Estava assim dada a entrada «vitoriosa» de Ribeiro de Carvalho n’ <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Heraldo</i>. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A partir de então, a colaboração do poeta e jornalista passou a ser constante, aqui convivendo com poetas algarvios e não só, que recheavam as colunas d’ <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Heraldo</i> com os seus textos inéditos: Bernardo de Passos, Maria Velleda, Cândido Guerreiro, Afonso Lopes Vieira, António Correia de Oliveira, João Lúcio, Ribeiro Castanho, Teixeira de Azevedo, Carlos Lyster Franco, Ludovico Caetano de Meneses, Marcos Algarve, Abel Botelho, Manuel Teixeira Gomes, Laurinda Seritram, Raul Proença, Joaquim Rodrigues Davim, Salazar Moscoso, Jaime Quirino Chaves, Augusto de Castro, Augusto Gil, Júlio Dantas, entre outros.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Para além da literatura, os ideais políticos, como a República, a Democracia, a Liberdade, eram comuns à maior parte do grupo de colaboradores d’ <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Heraldo</i>. Gente culta, atenta às novidades políticas e culturais, que encontrou n’ <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Heraldo</i> de Tavira um espaço de convívio espiritual e de partilha, que acolheu e divulgou não só a modernidade nacional, mas também a europeia, plantando aqui a semente – que viria a florescer em Álvaro de Campos – da primeira vanguarda do século XX: o Futurismo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quando em 1917, Carlos Augusto Lyster Franco abriu as colunas do novo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Heraldo</i> aos futuristas, aqui colaborando Carlos Porfírio, Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros e Santa Rita Pintor, para apenas referir os nomes mais emblemáticos, o seu gesto não era inédito; mas oficializava a «fantasia de poetas» que Ribeiro de Carvalho anunciara na primeira página do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Heraldo</i> de 1 de Agosto de 1909.</span></div><div style="mso-element: footnote-list;"><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> Doutoranda em Estudos Portugueses – História do Livro e Crítica Textual, da FCSH-UNL, realizando a sua investigação em torno da formação da cultura literária em espaço periférico (Algarve: 1820-1920). O projecto é apoiado pela FCT e é desenvolvido no âmbito do grupo de investigação «Livro e Leitura» do Centro de História da Cultura. Colaboradora do IEMO.</span></div></div><div id="ftn2" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> CARVALHO, Xavier de, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jornal de Notícias</i>, Porto, 27/II/1909.</span></div></div><div id="ftn3" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> Id., 6/IV/1909.</span></div></div><div id="ftn4" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> BICUDO, Luis-Francisco, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Diário dos Açores</i>, Ponta Delgada, 5/VIII/1909.</span></div></div><div id="ftn5" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> SILVEIRA, Pedro, «O que soubemos logo em 1909 do Futurismo», <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Revista da Biblioteca Nacional</i>, Lisboa, 1 (1), 1981, p. 90.</span></div></div><div id="ftn6" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> Cf. PALMA, Patrícia de Jesus, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A produção literária impressa no Algarve durante os séculos XIX e XX</i>, 2 vols., dissertação de mestrado, Lisboa, FCSH-UNL, 2008.</span></div></div><div id="ftn7" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> Nasceu a 7/IV/1880, em Arnal, freguesia de Maceira, concelho de Leiria. Aí fez os seus estudos, com uma passagem pelo Seminário, que abandonou em 1896 para se dedicar ao jornalismo. Veio a falecer em Lisboa a 10/X/1942.</span></div></div><div id="ftn8" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> O primeiro livro do autor intitula-se <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro d’um sonhador</i>, Leiria, Tip. Guedes, 1897.</span></div></div><div id="ftn9" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> BOTELHO, Abel, «A poesia moderna», in CARVALHO, Ribeiro de, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Dolores</i>, 2.ª ed., Lisboa, A Editora, 1906 (1.ª ed., 1899), p. 19.</span></div></div><div id="ftn10" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> «Uma carta de Júlio Dantas», in CARVALHO, Ribeiro de, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Eterna Canção: Canção do amor, canção eterna…</i>, Lisboa, Typographia Internacional, 1918, p. 7.</span></div></div><div id="ftn11" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[11]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> Traduziu J. Rameua, A. Hamon, Zola, Castrorrojo, Louis Bouusenard, Bossi, Maupassant, Shunsuy, Gustave Molinari, Tolstoi, Maximo Gorki, Octave Mirbeau, Blasco Ibanez, Cutulle Mendés, Perez Galdós, paul Bourget, Flaubert , Balzac, para apenas citar alguns.</span></div></div><div id="ftn12" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> Cf. MARQUES. A. H. de Oliveira, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Dicionário da Maçonaria Portuguesa</i>, vol. I, A-I, Lisboa, Editorial Delta, 1986, col. 288.</span></div></div><div id="ftn13" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref13" name="_ftn13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[13]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> Sobre Joaquim Ribeiro de Carvalho, veja-se: MARQUES. A. H. de Oliveira, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Dicionário da Maçonaria Portuguesa</i>, vol. I, A-I, Lisboa, Editorial Delta, 1986, col. 288.; SOUSA, Acácio de, VINAGRE, Ana Bela e NOBRE, Cristina (coord.), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria: actualização ao século XX</i>, com fac-símile da edição de 1979, Leiria, Magno, 2004, pp. 810-813; TRIGO, Jorge e BAPTISTA, Luís Miguel, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ribeiro de Carvalho: um republicano com alma de sonhador</i>, Lisboa, Sete Caminhos e Câmara Municipal de Sintra, 2005; http://arepublicano.blogspot.com/2007/12/joaquim-ribeiro-de-carvalho-1880-1942.html.</span></div></div><div id="ftn14" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref14" name="_ftn14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[14]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Calibri;"> <span style="mso-bidi-font-style: italic;">Nasceu a 14/VIII/1854 na freguesia de Santa Maria e faleceu a 06/09/1902 na rua de S. Braz da mesma freguesia. Foi a enterrar no cemitério do Carmo. Era filho de João Paulo de Araújo Pessoa (natural de Santa Maria, Tavira) e de Maria José da Natividade Gil Cardeira Pessoa (natural de Carcela, Vila Real de Santo António). Casou com Júlia C. Pessoa.</span></span></span></div></div><div id="ftn15" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref15" name="_ftn15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[15]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> <i>O Heraldo</i>, n.º 1054, 11/09/1902, p. 1.</span></div></div><div id="ftn16" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref16" name="_ftn16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[16]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> A oficina foi montada na Rua Borda d’ Água Aguiar, n.os 5 e 7 (actual rua Jacques Pessoa) e depois foi deslocada para a Rua Nova Pequena, 1, 3, 7, 9 e 11 (actual Rua Alexandre Herculano), onde já se encontrava no ano de 1900.</span></div></div><div id="ftn17" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref17" name="_ftn17" style="mso-footnote-id: ftn17;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[17]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> Daniel Gil Pessoa diligenciou nos concelhos de Loulé, Portimão, Lagos e Cuba a edição de jornais semelhantes, de que era co-proprietário, garantindo assim trabalho seguro para a sua tipografia.</span></div></div><div id="ftn18" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref18" name="_ftn18" style="mso-footnote-id: ftn18;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[18]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"><span style="font-family: Calibri;"> <span style="mso-bidi-font-style: italic;">Nasceu em 1850 e faleceu em Tavira a 23/08/1921. Casou com Maria do Sacramento Santos e eram seus filhos Maria Catarina Santos, António Crisóstomo Santos, José Maria dos Santos Júnior e Eduardo José dos Santos. </span>José Maria dos Santos foi o fundador da Tabacaria, papelaria e livraria Popular e o segundo proprietário da Tipografia Burocrática e do <i>Jornal de Annuncios</i>, que em 03/01/1901 se converteu n’ <i>O Heraldo</i>. Colaborou nos jornais de que foi proprietário, assim como na maioria dos que se publicaram em Tavira. Desempenhou vários cargos nas Confrarias de Santo António de S. Francisco, na Misericórdia de Tavira, no Hospital do Espírito Santo e no Montepio Artístico Tavirense.<span style="mso-bidi-font-style: italic;"></span></span></span></div></div><div id="ftn19" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref19" name="_ftn19" style="mso-footnote-id: ftn19;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[19]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"><span style="font-family: Calibri;"> A designação <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Heraldo</i> era à época dada pelo povo, como narra o director: «Há-de julgar muita gente que o pomposo nome que ora vem substituir o antigo <i>Jornal de Annuncios</i> se deve à arrogante prosápia de qualquer de nós, que sem escrúpulos pela boa razão das coisas, quisesse dar a um simples de província o nome de que usa o mais importante dos jornais do mundo.</span></span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Puro engano. Este segundo baptismo do nosso hebdomadário foi o povo que o fez, esse povo sincero e folgazão que tende a crismar tudo nos mais felizes momentos da sua habitual ironia. Era ele que às quintas-feiras enchia o nosso estabelecimento em procura do “Heraldo” e só ele pode gabar-se da autoria do novo título.» N.º 966, 03/I/1901.</span></span></div></div><div id="ftn20" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref20" name="_ftn20" style="mso-footnote-id: ftn20;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[20]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"><span style="font-family: Calibri;"> Nesta data foi vendido, assim como a tipografia, aos republicanos Carlos Augusto Lyster Franco e João Pedro de Sousa que os instalaram em Faro e aí iniciaram uma nova fase para <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Heraldo</i> subintitulado «Bi-Semanário Republicano Democrático», órgão do Partido Republicano Democrático, que viria, em 1917, a abrir a secção dedicada aos poetas futuristas, «oficializando» o movimento futurista em Portugal, como tem sublinhado Teodomiro Neto (Cf. «O “Futurismo” oficializou-se em Faro com O “Heraldo», <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Anais do Município de Faro, 2005-2008</i>, vol. XXXV, Faro, Câmara Municipal, 2009, pp. 178-195).</span></span></div></div><div id="ftn21" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5451190444941410724#_ftnref21" name="_ftn21" style="mso-footnote-id: ftn21;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[21]</span></span></span></span></a><span style="font-family: Calibri; font-size: x-small;"> O nome do vencedor surge, por lapso, com «Arnal», visto Ribeiro Carvalho ter concorrido com o pseudónimo Joaquim Arnal, como se sabe, local de nascimento do poeta.</span></div></div></div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-35798916464891578192012-02-28T03:14:00.001-08:002012-02-29T02:19:06.201-08:00Fernando Pessoa et le Quint-Empire de l'Amour. Quête du Désir et alter-sexualité<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt0UJycpz260sx4LQGtFswJVTRBd0gZTqvbTE2Zhgz8DuUVg9tMdlxdL_uyRZSDQjlh85Pcw_L82QJmZS37t_KdPfgSnJ00BaKoTEOzqIkIziG13ij-S-0PiG_IOGjEOxcw9gfeUMqv2A/s1600/Anibal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt0UJycpz260sx4LQGtFswJVTRBd0gZTqvbTE2Zhgz8DuUVg9tMdlxdL_uyRZSDQjlh85Pcw_L82QJmZS37t_KdPfgSnJ00BaKoTEOzqIkIziG13ij-S-0PiG_IOGjEOxcw9gfeUMqv2A/s1600/Anibal.jpg" uda="true" /></a></div><br />
<span lang="FR" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-ansi-language: PT; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">Fernando Pessoa et le Quint-Empire de l'Amour. Quête du Désir et alter-sexualité</span></b><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5451190444941410724&postID=3579891646489157819#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-ansi-language: PT; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: #00FF; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">[1]</span></span></span></span></span></a><span style="mso-ansi-language: PT; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">(Fernando Pessoa e o Quinto Império do Amor. Busca do Desejo e alter-sexualidade)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;"><strong>Aníbal Frias</strong></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Sinopse do Livro</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Como poeta da suspeita, Fernando Pessoa brinca com as identidades, com os corpos, com as sexualidades a fim de «ser tudo de todas as maneiras». Sua odisseia literária é muitas vez limitada a um teatro cerebral, a uma obra sem corpo, a um desejo recalcado. Em verso ou em prosa, com o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Livro do Desassossego</i>, sua aventura transporta-nos até ao centro do Desejo, nos seus fluxos e refluxos, desde as divisões do seu «eu» até à multiplicidade do seu ser. As sensações viajantes do poeta libertam as potencialidades de uma criação plena, favoreçando uma reinvenção de si.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Pessoa delineou um «ciclo do sentimento amoroso». Ele ordona-o poeticamente em cinco «impérios», da Grecia de Antínoo à Modernidade pan-erótica. Nesse percurso, que tem como ponto de partida e horizonte de mira o paganismo grego, desdobra-se a figura flutuante e móvel de Eros. A última etapa, nomeada «Quinto império», é o reino de Antéros. Esta personagem divinizada incarna, num futuro sonhado, um Outro-Amor neopagão que foge a todo tipo de categorização – um Amor projectado além da sexualidade e dos géneros masculino/feminino. Pessoa cumpre, como poucos escritores, o elocutório e ilocutório enunciado do Arthur Rimbaud: «L'amour est à réinventer».</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">A nossa investigação inaugura uma leitura aprofundada deste Ciclo – projecto inacabado de uma vida –, sublinha nele a riqueza poética e estilística, bem como a importância da sua dimensão intelectual à vista de outros escritos maiores. Estabelece que Antéros é o nome personificado de um singular e universal Quinto Império do Amor por construir.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Combinando uma dupla abordagem literária e filosófica, esotérica e (criticamente) psicanalítica, a nossa obra inova ao fazer dialogar Pessoa com Proust, Rimbaud, Blanchot, Yourcenar, com Merleau-Ponty, Foucault, Freud ou Nietzsche. O ensaio traz um contributo decisivo – e crítico – ao novíssimo paradigma dos estudos pessoanos baseado na corporeidade, no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">gender</i>, na sexualidade. Pessoa não é apenas um labirinto interior e um ser etéreo. A corporeidade intervém no nascimento poético de Campos e Reis, cuja narração, conduzida pelo autor das Odes modernistas (o mais sexualizado de todos, é verdade), alimenta-se de um vocabulário homoerótico e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">transgender</i>. Soares define-se como um «corpo escrevante», e a carta sobre a génese dos heterónimos (13/01/1935) encena uma escrita em acto e espacializada, onde são convocados a postura corporal e os afectos: quarto íntimo, folha e caneta à mão, escrever de pé, acercar-se de uma cómoda alta, gestos fulgurantes, num jacto, êxtase, choro de lágrimas verdadeiras...</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">O nosso estudo foi pensado, ao mesmo tempo, como uma travessia clara e viva da obra pessoana conhecida, e sobretudo menos conhecida, explorando alguns inéditos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Três são as partes que organizam o livro.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">A primeira, de natureza problematizante, aborda a questão das identidades e das sexualidades a partir de inúmeros textos do Pessoa, à luz da genealogia foucaldiana da sexualidade e das actuais perspectivas sobre o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">gender</i>, ele mesmo objecto de questionamento. A recomposição das identidades elaboradas por Pessoa – múltiplas, desmultiplicadas, híbridas e carnavalizadas – não são apenas aquelas que adquirem corpo/corpus com os heterónimos. Mesmo aqui, os principais (e não só) heterónimos tornam-se duplos, ou múltiplos, ao modo da natureza ontológica e semântica do ser pessoano – um ser quantitativamente variado e qualitativamente variante. Os heterónimos heteronimizam-se, inclusive o mestre Caeiro que não deixa internamente, ele também, de evoluir (para o desespero dos seus epígonos, que o querem idealmente Um e Uno), e até mesmo de se transformar, experimentando de quando em vez, literariamente, «não ser [ele]», sendo, todavia, ele mesmo diferentemente, em todos os seus avatares, no campo, na cidade, na doença, ou no amor. Ao insistirmos aqui no processo do devir-outro(s), no outrar-se, e menos nos heterónimos, isto é, no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">modus operandi</i> ao detrimento do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">opus operatum</i>, talvez possamos ver, no que chamámos de «heteronimismo», um outro «ismo», ou um «super-ismo», dos mais complexos e abragentes.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Pessoa reinventa a figura do «eu» ao proceder, no plano ontológico e/ou gramatical, a uma desubjetivização/resubjetivização do sujeito, privilegiando o estar dos estados passageiros ao ser das substâncias reificadoras. Isso verifica-se quando, por exemplo, Soares fala em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Estar homem</i>, em vez do convencional «ser homem», ou quando introduz no ser a hibridização, com o hermafroditismo ortográfico: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">aquela rapaz</i>, dissociando o sexo e o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">gender</i>, numa arte de dizer que foje à gramática, sendo ela um meio que não um fim, e à ordem do discurso. A própria Maria José corcunda se define, ou melhor, se des-define positivamente, usando um epiceno, como sendo «uma espécie de gente», um ser <i style="mso-bidi-font-style: normal;">transgender</i>. Ao injectar, volontária e anarquizantemente, tais «confusões» na língua (Pessoa não diz que a «cultura consiste em introduzir confusão» na sociedade?), ele desconstroi pós-modernamente os sexos e as sexualidades. Podemos seguir um caminho outro que não aquele do tipo psico-biografisante, que interpreta as identidades e sexualidades pessoanas, literariamente falando, como tantos vácuos, feridas e indefinições privativas. Ora, estas qualidades fazem parte do ser, do ser finito e em devir, contingente e imanente. As falhas e feridas, o jogo do ser e do não-ser, o perpétuo «entre-existir» dramatizado, são, no fundo, o que oferece consistência e o que procura vertígio ao leitor da obra pessoana.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Ao «se» caracterizar – supostamente – como sendo de «um temperamento feminino com uma inteligência masculina», Pessoa estará a confessar-se? Mas ele recusa sempre, seguindo o exemplo dos seus alter-egos, a exibicionista e anti-literária «autenticidade». Desfaz, isso sim, as normas binárias da sua época (e da nossa), privilegiando como poeta uma «intersexualidade» <i style="mso-bidi-font-style: normal;">avant la lettre</i>. Aliás, a sua <i style="mso-bidi-font-style: normal;">soi-disant</i> auto-caracterização, ou retrato, não faz mais de que traduzir, numa expressão fingidamente pessoal, o dualismo sentir/pensar partilhado, ainda que numa combinatória variável, tanto pelo ortónimo como pelos heterónimos, e cujas figuras incarnadas da Ceifeira ou da Criança suja dos chocolates são as «femininas» metáforas alegorizantes do sentir, instância simbólica da Vida, oposta à reflectividade do Poeta, cujo abismo da consciência é, ao mesmo tempo, sua perda e seu poetizar. Como poeta-pensador, Pessoa desnaturaliza como precursor, com muita subtilidade (usando de paradoxos e da ironia – traço, diz ele, dos génios), as normas identitárias e as categorias sexuais modernas. As classificações artificiais dos «contabilistas em gavetas» (Campos), ou os «letreiros» (Caeiro) dos racionalistas, são rejeitados por não se adequarem à Realidade transvisível que liga intimamente as coisas, os seres, as coisas e os seres. Verifica-se que Pessoa está, antecipadamente, na ponta da (pós)modernidade, sendo nosso grande contemporâneo como poeta desassossegador que ele é, como indisciplinador das almas – e dos corpos, que ele tenciona ser.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Um segundo desenvolvimento explicita, detalhadamente e numa <i style="mso-bidi-font-style: normal;">close reading</i>, o longo poema escrito em inglês, pouco ou nada estudado, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Antínoo</i>. A sua comum qualificação de «homossexual» impede de reter nele os papeis fulcrais da arte, da memória, da escrita ou da temporalidade, por ser uma grelha redutora, isto é, uma dessas «explicações metafísicas» recusadas, como as de Deus ou da Alma, por Campos por não explicarem nada, ao quererem explicar tudo. São estudados as figuras de estilo, bem como o elemento da chuva, que, mais de que um simples <i style="mso-bidi-font-style: normal;">décor</i>, assume um papel estruturante na composição, e também a presença, nunca observada, de um singular coro grego que faz do drama fúnebre uma moderna tragédia. discute-se ainda a presença-ausência do morto Antínoo, como uma das formas da Ausência no Texto pessoano, juntamente com o Marinheiro, Deus, a Mulher, ou o próprio Pessoa, esse fantasma que recobre da sua sombra toda a obra; e verifica-se uma operação de (re)escrita por parte do Pessoa, à maneira de um palimpsesto pre-borgesiano, das <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Memórias</i> perdidas do imperador Adriano.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Uma última parte, mais longa, aborda o ciclo do sentimento amoroso, o qual é constituído por cinco fases historico-poéticas : Grecia-<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Antínoo</i>, Roma-<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Epithalamium</i>, Cristandade-<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Prayer to a Women Body</i>, Modernidade-<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Pan-Eros</i>, e o Quinto Império-<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Anteros</i>. Esta fase final, ainda que <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sui generis</i>, é comparada com o Quinto Império cultural e espiritual da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Messagem</i>, de que, porém, se distingue por falar a linguagem do Desejo em busca ou como Busca, do «Outro Amor» que está por inventar, cujos rosto e corpo neopagãos, positivamente indefinidos, estão por inventar. Apesar de só terem sido publicados os dois primeiros poemas, os três seguintes são hipoteticamente «recompostos» a partir de fragmentos, de alguns inéditos, ou então a partir da produção do poeta e do que o autor foi dizendo sobre os poemas do Ciclo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">O que ressalta desta epopeia cíclica, e da poetisação de uma história «messiânica», é um outro ciclo, mais originário: aquele do processo infinito (e indefinido porque de uma obra aberta porvir se trata) da criatividade, especialmente a literatura, «síntese de todas as artes». Antínoo, cujo futuro renascimento glorioso é prognosticado por Adriano, volta no «fim dos tempos» para fundar um «Quinto Império de poetas» na figura do Pessoa, cujo segundo apelido, António, é o exacto anagrama do belo efebo. É o Ciclo arquitectónico que dá coerência e pertinência a cada um dos poemas. Ainda que se possa ler cada texto em si, não se pode plenamente compreender o seu sentido, porque o poema está indexado à trama cíclica. Devemos, assim, nunca perder de vista a linha serpentíforma do Ciclo que confere significação (esotérica) e orientação às entidades que o compõem. No seu conjunto, as unidades poemáticas constituem um só Poema orgânico, como na <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Messagem</i>. Ao esquecerem-se da estrutura logico-dinámica do Ciclo, os comentadores correm o risco de cair no biografismo (reduzindo a obra a uma «confissão», em detrimento da arte de fingir), ou projectam juízos de valor ao atribuírem «obscenidade» aos poemas publicados do Ciclo (recuperando, supostamente, uma qualificação do próprio autor que, sabemo-lo, separa a arte modernista e a moral), ou vêem misoginia no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Epithalamium</i>, onde, pelo contrário, se reflecte, retoricamente acentuada, a «bestialidade» dos Romanos que estão envolvidos numa fase «decadente», na qual os prazeres superam a criatividade. Pode-se até ler, nesta versificação, uma crítica ao «cristismo» e observar, numa leitura do tipo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">gender</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">studies</i>, uma encenação performativa da dualidade-dualismo Mulher/Homem e da entrada ritualizada na sexualidade normativa e reprodutiva (casamento, família), bem como uma «denuncia» das violências sociais e «sexuais» (o poder fálico do marido conquistador) feitas ao corpo feminino, pela carga irónica e satírica, logo questionante, das cenas cruas e cruéis.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">A conclusão insiste sobre o facto de que o ortónimo e os heterónimos tornam-se grandes e rafinados intérpretes dos sentimentos e do desejo. Estes temas, ao contrário do que se pensa, atravessam a obra inteira, do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Cancioneiro</i> às <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Quadras</i>, das cartas do namoro ao <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Fausto</i>, da prosa de Jean Seul de Méluret aos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ruba‛iyat</i>, sem falar dos inúmeros poemas soltos, alguns recentemente descobertos ou por (re)descobrir. Enquanto processo infinito, o Desejo integra na sua dinâmica a falta, o vácuo e a consciência. Colocado no horizonte da sua irrealizável realização, o Desejo, quer sob forma de prazer diferido (Adriano lembra-se com saudade, e corporalmente, de seus amores com <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Antínoo</i>), quer como prazer «translato» e sublimado (ao transformar Adriano em estátua/arte/escrita o seu amante), quer com o Quinto Império do Amor e o Desejado Dom Sebastião, ambos esperados, – em todos os casos, o Desejo aproxima-se, em Pessoa, das figuras de Deus e da Verdade, estando sempre Além. A literária (e para alguns física) «impotência» de Pessoa (a semelhança do Barão de Teive), o seu «angelismo erótico» inferido, a passiva sexualidade de Campos que é, afinal de contas, dialectisada pelo heterónimo que, na verdade, torna-se, ele escravo submisso, autoralmente senhor dos seus Senhores, e mestre da sua obra, – todas estas «impotências» convertem-se numa rara potência criativa num sujeito prolixamente impressionável por tudo. Nele, o amor é «translato», lembrado ou pintado em todas as suas dimensões, física, metafísica, ontológica, esotérica, materna, visto enquanto força atractiva ou repulsiva, e restituido nas suas diversas manifestações, entre a palavra, o grito e o silêncio. No ortónimo e no Soares, a superação ou até a negação loquaz do amor carnal, não impede, muito pelo contrário, de falar dele e da labilidade dos afectos como poucos poetas o fizerem. Pois, este domínio, enquanto tocado pela escrita, não se separa da literatura. Nesta medida, ambos adoptam como guia um princípio absoluto: a «arte de irrealizar» (Soares) que caracteriza as crianças jogando... e os grandes artistas criando, aqueles do dramático fingimento. Não assistimos a uma denegação, ou recalcamento, apenas verificamos uma negação activa da realidade dada – seja ela materialidade ou sexualidade. Para a criança como para o poeta, o sonho construtivo, isto é, o poder da imaginação, constitui uma instância soberana. Insiste-se, por fim, na necessidade de requalificar os injustamente desqualificados poemas <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Antínoo</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Epithalamium</i>, convidando a relê-los com um olhar novo, desprovido de preconceitos. Só assim, eles poderão aparecer ao leitor, e ao estudioso, como duas obras-primas do Fernando Pessoa.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-ansi-language: PT;">O nosso livro tem uma extensa bibliografia activa e passiva, bem como um prefácio do Robert Bréchon, o grande biógrafo de Pessoa, no qual aponta a falta de estudos sobre «o desejo sexual» no poeta.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-element: footnote-list; text-align: justify;"><br clear="all" /></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-element: footnote-list; text-align: justify;"><hr align="left" size="1" width="33%" /></div><div class="MsoFootnoteText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 14.15pt; mso-element: footnote; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5451190444941410724&postID=3579891646489157819#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="FR" style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="FR" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: FR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: #00FF; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">[1]</span></span></span></span></span></a><span lang="FR" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;"> </span><span lang="FR" style="mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;"><span style="font-size: x-small;">Paris, éditions Pétra, 2012, 406 p. Agradeço a Nuno Ribeiro pela sua revisão do português.</span></span><span style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;"></span></div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-3577985382562698792012-02-09T01:28:00.000-08:002012-02-11T01:47:29.567-08:00Fernando Pessoa, Plural como o Universo - Fundação Calouste Gulbenkian<div style="text-align: center;"><strong><img alt="" class="rg_hi" data-height="180" data-width="279" height="180" id="rg_hi" src="http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTE3UKAFivz8wimKkLtWCSm3lcHTMqHuiQeWVWQEsLZ3XmPoHVVqQ" style="height: 180px; width: 279px;" width="279" /></strong></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>Fernando Pessoa, Plural como o Universo</strong> chega à Fundação Calouste Gulbenkian no dia 09 de Fevereiro de 2012.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A curadoria está a cargo de Carlos Felipe Moisés e Richard Zenith, dois integrantes do Instituto de Estudos sobre o Modernismo (IEMo). Na exposição, os visitantes encontrarão poemas, textos, documentos, fotografias e pintura.</div><div style="text-align: justify;">A exposição pretende mostrar toda a multiplicidade da obra de Ferdando Pessoa numa viagem sensorial pelo seu universo literário.</div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-20791277089305296192012-02-09T01:19:00.013-08:002012-03-28T15:06:35.425-07:00Jornal de Letras - Fernando Pessoa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0R-OfNqYo8Nra_WJ1pQxhusepiQU3RcxRa4jcW_cf88GwmZyVAQQp5XvlQTmb31YLl5nVMfwm9eC19Aefe7ErLes8Sfdd-yZcJFs_wHGm34j7VqHW7HTdDRN6mKbjX0StBv9w22fFy0w/s1600/jl1e21.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" sda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0R-OfNqYo8Nra_WJ1pQxhusepiQU3RcxRa4jcW_cf88GwmZyVAQQp5XvlQTmb31YLl5nVMfwm9eC19Aefe7ErLes8Sfdd-yZcJFs_wHGm34j7VqHW7HTdDRN6mKbjX0StBv9w22fFy0w/s320/jl1e21.jpg" width="226" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVjyfUetixiZ1qFSPQsawhVOz4qo29OwjuO8A5JEuAoHGteOOJJZSVzGpQDrbSbCmY_sauxkJh6bqq9faHvTsuJ5Q1xybP-hXC51Ndv1SFzhmdUf4oG3mctiCtMgcVS5dB1iMoW5FKIRs/s1600/jl1e22.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" sda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVjyfUetixiZ1qFSPQsawhVOz4qo29OwjuO8A5JEuAoHGteOOJJZSVzGpQDrbSbCmY_sauxkJh6bqq9faHvTsuJ5Q1xybP-hXC51Ndv1SFzhmdUf4oG3mctiCtMgcVS5dB1iMoW5FKIRs/s320/jl1e22.jpg" width="226" /></a></div><strong>Foi publicado hoje, dia 08 de Fevereiro, no Jornal de Letras, um artigo da Professora Doutora Teresa Rita Lopes, intitulado: "O 'empresário' da Íbis - Pessoa republicano, 'criador de anarquias' e 'civilização'. O artigo também está publicado na <em>Modernista</em> - revista do Instituto de Estudos sobre o Modernismo. Segue abaixo o editorial da revista. A <em>Modernista</em> pode ser consultada através do link: <a href="http://www.iemodernismo.org/">www.iemodernismo.org</a> </strong><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; line-height: 150%;"><span style="color: white; font-size: medium;">o o</span></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">EDITORIAL – Teresa Rita Lopes </div><div style="text-align: center;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">O Instituto de Estudos sobre o Modernismo festejou, pela segunda vez, o aniversário de Álvaro de Campos em Tavira, no já passado ano de 2011. Acolhidos mais uma vez pela Casa Álvaro de Campos, aí nos entretivemos, durante dois dias, a cavaquear sobre o nosso Engenheiro Sensacionista, como a si próprio se intitulava, o “chefe de orquestra do romance-drama em gente” – como eu então lhe chamei. Esse Encontro, repartido por duas Jornadas, forneceu sustento para grande parte deste segundo número. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Gosto de revelar que a execução informática deste número da nossa revista se deve inteiramente ao empenhado labor da Maria João Serrado que, apesar de não ter especiais conhecimentos nesta área, pedindo esclarecimentos aqui e ali, conseguiu, sozinha, dar-lhe o corpo inteiro (e jeitoso) que tem. Adaptando e fazendo rimar um dito conhecido, comentarei que o empenho aguça o engenho.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Maria João Serrado revela, aqui, "retratos polémicos" pessoanos e um artista plástico pouco conhecido, Michael Barrett, que também se aplicou a ficcionar Pessoa e os seus desdobramentos heteronímicos. Teresa Rita Lopes vem dizer-nos quem é Campos através do que leu. Ana Raquel Roque emoldura com esplendor uma particularidade do romance-drama pessoano: a crítica ficcional. O crítico que Pessoa sempre foi deu largas a essa sua vocação, por vezes, na pessoa de outros, dos seus outros, que ele, por seu turno, criticou, que se criticaram entre si, permitindo-se até, em certos textos, criticar o seu criador. A Carla Gago debruçar-se-á, por seu turno, sobre essa dimensão de poeta dramático de todos os Pessoas. Luísa Monteiro abrirá para nós as cortinas desse drama a valer, com todas as exterioridades do género, que é “A Morte do Príncipe”. Maria do Sameiro Barroso e Luís Roza Dias, ambos escritores – médicos (ou médicos-escritores…) farão o diagnóstico da loucura pessoana, enquanto “mito e mistificação da realidade”. Fernando Pessoa ficará com certeza encantado com a presença não só deste sobrinho (o Bi a quem fez um poema quando ainda gatinhava…) mas também com a da sobrinha mais velha, Manuela Nogueira, que também sobre ele escreve – aqui debruçando-se sobre esse Cais donde ele partia, ah sim, quotidianamente, a viajar de cabeça. Donzília Felipe analisa o seu livro antológico, O Melhor do Mundo São as Crianças. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Aníbal Frias convoca Campos e Soares, com paisagem de Lisboa ao fundo. Ismahêlson Andrade faz “Um percurso do real para o outro lado”, restabelecendo o diálogo de Pessoa com Camões. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Como o nome indica, a nossa revista dedica-se ao estudo do Modernismo, e se privilegia Pessoa é só porque os nossos colaboradores (todos os membros do IEMO são convidados a sê-lo) assim o fazem… Felizmente que a Anabela Almeida e a Ana Rita Palmeirim nos trazem notícias dos parceiros de Pessoa nas lides do Orpheu, Armando Côrtes-Rodrigues e José Coelho Pacheco. Geane Lima Fiddan proporciona amplo espaço de meditação sobre o Mestre Alberto Caeiro. Nuno Ribeiro detém-se, mais uma vez, no inesgotável parentesco com Nietzsche, por ele miudamente estudado. Cláudia Souza traz para a ribalta uma “personalidade literária” pré-heteronímica pouco conhecida, Pantaleão, cidadão comprometido com o seu tempo: a monarquia agonizante, que virulentamente criticou. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Costa Ideias estabelece um diálogo entre o poeta Kóstas Uránis e a cultura portuguesa dos anos 20.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Fecha este número um artigo de Teresa Rita Lopes, já por ela comunicado oralmente nas nossas "Jornadas Modernistas", em Junho passado: "Pessoa empresário da Íbis, "criador de anarquias" e de "civilização". Prova ele que a Empresa Íbis funcionou, sim senhor, editando um jornal, O POVO ALGARVIO, "republicano e anticlerical" de seu subtítulo, certamente por intervenção da família paterna algarvia, de judeus maçons e republicanos, com quem Pessoa se identificaria na sua sanha anti-catolicismo que, mais tarde, daria origem a Alberto Caeiro, Mestre da "religião individual" que era o Novo Paganismo, de que Ricardo Reis surgiria como o poeta encartado. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Apesar de ter nascido no berço de ouro de uma Faculdade especialmente vocacionada para o estudo das Humanidades, a nossa revista preza o convívio com todos os saberes e todos os falares. Não enverga os trajes académicos de muitas suas congéneres e apraz-lhe divertir-se com o delicioso filme de animação do José Xavier, o “28”, no número 1, ou os Pessoas em pasta de papel (como os cavalinhos cavalgados na infância pelos menos novos), assumidos e assinados pelo Rinoceronte (heterónimo de R.C.), não só reproduzidos nas suas páginas mas também expostos ao natural, durante as Jornadas. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Também as fotografias da Claire Xavier, que veio de Paris surpreender essa “Lisboa assombrada por Pessoa”, expostas e reproduzidas (algumas) neste número, convivem bem com os escritos ditos ensaísticos. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Tenho a certeza que o nosso Engenheiro, aqui particularmente saudado, que se riu dos “especialistas” que se levam demasiado a sério, declarando que “sabem muito de uma coisa e nada de todas as coisas” estará de acordo comigo. </div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-9354522615032018702012-01-25T03:06:00.000-08:002012-01-27T08:45:55.108-08:00Álvaro de Campos e Arredores - FCSHO evento Álvaro de Campos e Arredores que ocorreu nos dia 23 e 24 de Janeiro na FCSH foi um sucesso. Confira as imagens.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjA0hjNFbKy071dQIE4JjKXAqsVLuxY4cbl422bzz0BQ185g2msv5vOraxX3etZAaWunAY3lNKZKIQFFZ4aNzlt2biZwnJh0qqB-8Tc-U9ScBVjEqhL1o61YeYp7pAeXblFmu63ycOYllg/s1600/DSC03046.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjA0hjNFbKy071dQIE4JjKXAqsVLuxY4cbl422bzz0BQ185g2msv5vOraxX3etZAaWunAY3lNKZKIQFFZ4aNzlt2biZwnJh0qqB-8Tc-U9ScBVjEqhL1o61YeYp7pAeXblFmu63ycOYllg/s320/DSC03046.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Manuela Nogueira, Teresa Rita Lopes, Nuno Ribeiro e Cláudia Souza</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWP601CEsyMZxywZXryMhk2rQeanaaWndhqSfzTgort_KsyW0KaA30gllp7MOwRv09rfBWImPabaFm7WyH6MhgIjGr4tdKnKjwK8lWslfxGeKhC2VSKtIEHu2SCZp2Kes5LNqCB87YeMw/s1600/DSC03047.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWP601CEsyMZxywZXryMhk2rQeanaaWndhqSfzTgort_KsyW0KaA30gllp7MOwRv09rfBWImPabaFm7WyH6MhgIjGr4tdKnKjwK8lWslfxGeKhC2VSKtIEHu2SCZp2Kes5LNqCB87YeMw/s320/DSC03047.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Manuela Nogueira e Teresa Rita Lopes</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6SPe13iQKS3FMq2ZTtieDkG7jLGpZDUA4WFfGLokQAgNasoCEkWEXl2Z946y6KSVMCOmaoM0G2B67jKibK0uvl52sOF03O4vN4Z1TAgZKNdU0Qj3uUnpu4i_aYT8qpgIMsz5xIEw5KKU/s1600/DSC03082.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6SPe13iQKS3FMq2ZTtieDkG7jLGpZDUA4WFfGLokQAgNasoCEkWEXl2Z946y6KSVMCOmaoM0G2B67jKibK0uvl52sOF03O4vN4Z1TAgZKNdU0Qj3uUnpu4i_aYT8qpgIMsz5xIEw5KKU/s320/DSC03082.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Ana Rita Palmeirim, Anabela Almeida, Maria do Céu Estibeira e Maria João Serrado</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjup_eB6TWZCGv_TY94rHcbiUJDgXwdsgM_lSuVA_V-7BDdxNy_K2uzVUP8RLY5Q81rIVEyrlvZij4MYfnquw-pFGiiPZS4yCu0Px7UP6YEPoiNhVDeQHOLZurgofnZcCiG_Jpx4SKbqXw/s1600/DSC03091.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjup_eB6TWZCGv_TY94rHcbiUJDgXwdsgM_lSuVA_V-7BDdxNy_K2uzVUP8RLY5Q81rIVEyrlvZij4MYfnquw-pFGiiPZS4yCu0Px7UP6YEPoiNhVDeQHOLZurgofnZcCiG_Jpx4SKbqXw/s320/DSC03091.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Anibal Frias</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivg5cMvU6uvj8aFuWA6uAyiEbfxdXR_EOUiHl_wvyziD5utYYR7VGtGgoajTVVxIhO5WeU-Z6zgZ2V1KMHmRXKFuZlzkY5nZYUcekqq1DxEWUaLU9PAlivkr7xYxNbrdDU7NIEIsIrO0k/s1600/DSC03096.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivg5cMvU6uvj8aFuWA6uAyiEbfxdXR_EOUiHl_wvyziD5utYYR7VGtGgoajTVVxIhO5WeU-Z6zgZ2V1KMHmRXKFuZlzkY5nZYUcekqq1DxEWUaLU9PAlivkr7xYxNbrdDU7NIEIsIrO0k/s320/DSC03096.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Anabela Almeida e Nuno Hipólito</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbdk41RkIziHeApBMxHYt6Bkq1HwDOeEarf99w7qLXTtxPoMZdzrqQRr9cXWLL2-Ci00Ncl5KZ1RfJUoa0TMJKaoRmeugu5X7NRlBhRC6pUIQu3bkig3uj4BPDAOvuzHtEGMwf5vd7x-k/s1600/DSC03097.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbdk41RkIziHeApBMxHYt6Bkq1HwDOeEarf99w7qLXTtxPoMZdzrqQRr9cXWLL2-Ci00Ncl5KZ1RfJUoa0TMJKaoRmeugu5X7NRlBhRC6pUIQu3bkig3uj4BPDAOvuzHtEGMwf5vd7x-k/s320/DSC03097.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">José António Costa Ideias, Nuno Ribeiro, Luísa Monteiro e Ricardo Marques</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlY5UTvKt1hgN1TD5ge9n67-_B5dz5nfJYQTnV0DN_UzuCkLety_nrGnolvjs8rIh4PCSyWPhNasnCp4Djle_UhmINeZrg4u4kZfTK71YECNjdRBvkqmu8bztKdRLBAJOPL5yB-HHYQYE/s1600/DSC03107.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlY5UTvKt1hgN1TD5ge9n67-_B5dz5nfJYQTnV0DN_UzuCkLety_nrGnolvjs8rIh4PCSyWPhNasnCp4Djle_UhmINeZrg4u4kZfTK71YECNjdRBvkqmu8bztKdRLBAJOPL5yB-HHYQYE/s320/DSC03107.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Ana Barroso e Nuno M. Pereira</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3S1ndZRVybFiWfA86R3TOgmAMrwIfDdKK0eyWHFopgPjhMqjowS50JwpzLcaZjyv7f9h_7dI-WGztsWuy5DwNNA0pJ3PfLCOjxoktwkZW97ruu-EkXeBF0PITEEIy3vTAFzUZHG4-edk/s1600/DSC03108.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3S1ndZRVybFiWfA86R3TOgmAMrwIfDdKK0eyWHFopgPjhMqjowS50JwpzLcaZjyv7f9h_7dI-WGztsWuy5DwNNA0pJ3PfLCOjxoktwkZW97ruu-EkXeBF0PITEEIy3vTAFzUZHG4-edk/s320/DSC03108.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Ana Barroso</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiykEv98wFa8CS2HVFJQ1p-uGLusjF4vdEUBgqz2oPWXC9dZQkGtc1cQweQOMZ9dGHKo-zBbcFqKekL9qnjPz1BY5kcT_scuNj0zU1SLAy5n1Lyq5wsnUJqa-BE9Zh0XA8Nc6Pl_sfw4w/s1600/DSC03111.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiykEv98wFa8CS2HVFJQ1p-uGLusjF4vdEUBgqz2oPWXC9dZQkGtc1cQweQOMZ9dGHKo-zBbcFqKekL9qnjPz1BY5kcT_scuNj0zU1SLAy5n1Lyq5wsnUJqa-BE9Zh0XA8Nc6Pl_sfw4w/s320/DSC03111.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Rui Lopo, Ismahêlson Luíz Andrade e Lisandra Sousa</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie18azBFc9etQorMYM48UnCkPcTcH0QtXrvu00KwiUf-8zylvSnmCt2i3glQANSzlmiTIlb6bMRUEsub_YDqgP2FQrIsXVtj_bslYE02CHpXjtA2lxkYUpvGTGNDegCnqNgKHiQWcUe8Y/s1600/DSC03112.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie18azBFc9etQorMYM48UnCkPcTcH0QtXrvu00KwiUf-8zylvSnmCt2i3glQANSzlmiTIlb6bMRUEsub_YDqgP2FQrIsXVtj_bslYE02CHpXjtA2lxkYUpvGTGNDegCnqNgKHiQWcUe8Y/s320/DSC03112.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Maria João Serrado, Ana Raquel Roque e Maria do Céu Estibeira</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikfQe7tetMlrAbBVE2UYgF6fgBuQsf0exR4_-gB6IgJ1WoURlwhpuftgC5ba90ouBBQjWHob1VuJozEgOpU7oaMl1_4wAZ7FEI2ZJCicXeWmpqQbzvqzKn7fJEuJcvZ8Je8qxNGq72eBA/s1600/DSC03120.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikfQe7tetMlrAbBVE2UYgF6fgBuQsf0exR4_-gB6IgJ1WoURlwhpuftgC5ba90ouBBQjWHob1VuJozEgOpU7oaMl1_4wAZ7FEI2ZJCicXeWmpqQbzvqzKn7fJEuJcvZ8Je8qxNGq72eBA/s320/DSC03120.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Teresa Rita Lopes, Manuela Nogueira e Rui Lopo</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnobOME4f4WJzi_PRX6wwEPJJWR4h9QGnN3lHvnVQ03vmuD11PJsUvlH3BgywrYEFYH1mDnVyowSOTZwe1-S-yz9kGV4V1f7iON4qWDXtYC08vsvYEhxawz5w2alSOfdxvHoIT4w2VlfQ/s1600/DSC03101.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnobOME4f4WJzi_PRX6wwEPJJWR4h9QGnN3lHvnVQ03vmuD11PJsUvlH3BgywrYEFYH1mDnVyowSOTZwe1-S-yz9kGV4V1f7iON4qWDXtYC08vsvYEhxawz5w2alSOfdxvHoIT4w2VlfQ/s320/DSC03101.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Esculturas realizadas pelo artista Rinoceronte</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" gda="true" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3sL4PvgbfRSXGlFQbmVEQtQWzMRO7syKorw3rDyA8cjaAykHck8jH-6qu_urWLQrjRsQBCmoXYXwaULfhQHi44vGHXjlNPkGGyjGoUTxJUWvEOkp4QkJTXXJzWTF7waNvCBYRFBVbmc0/s320/DSC03103.JPG" width="180" /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Escultura realizada pelo artista Rinoceronte</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0PoUpUwc7p7HeDT9E5EZ87HcAkjVzSjad1o_TavKL_yucYPUmFhsOWeH2q9E-p6W0YSUWjFHj8UPVzRyHbHncYFpAMz_TMxIoAucso8zzrQxBa9p3vMMpRx-1A9mryjoidWfGSIWFpe0/s1600/DSC03104.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0PoUpUwc7p7HeDT9E5EZ87HcAkjVzSjad1o_TavKL_yucYPUmFhsOWeH2q9E-p6W0YSUWjFHj8UPVzRyHbHncYFpAMz_TMxIoAucso8zzrQxBa9p3vMMpRx-1A9mryjoidWfGSIWFpe0/s320/DSC03104.JPG" width="180" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Escultura realizada pelo artista Rinoceronte</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhimfaQMg4mFYZzeCjvjDY2Q4_FpHTgNzbW5A6iFqinWX0wumhyphenhyphenxb9iiK3m1AAY2HEAwr97yoKT9H1V5kOMrKt2YwxoPfxPDbjlxXEsw4VYhKRuuW6heuIL-GFETxZeZe8sH7W1UOI2uJA/s1600/DSC03100.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhimfaQMg4mFYZzeCjvjDY2Q4_FpHTgNzbW5A6iFqinWX0wumhyphenhyphenxb9iiK3m1AAY2HEAwr97yoKT9H1V5kOMrKt2YwxoPfxPDbjlxXEsw4VYhKRuuW6heuIL-GFETxZeZe8sH7W1UOI2uJA/s320/DSC03100.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Esculturas realizadas pelo artista Rinoceronte</div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-23112168376486711102012-01-12T05:41:00.000-08:002012-01-19T13:26:36.748-08:00Álvaro de Campos e Arredores - Lisboa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPCJ9LiFuI491XJHNov-SWVWsUS37RVJiu1fwjfnuyHxGbtYALc6rfdJFZfX56HficQqd12kGq-2hXUDUwJZ_C5KiIZSHHvxeoj-J94UWXeocwrh2YCuQhpgEIlv6CUMFRP-wWh3QzCeQ/s1600/Cartaz_AdeC_Lisboa_2012_ult_vers%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" nfa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPCJ9LiFuI491XJHNov-SWVWsUS37RVJiu1fwjfnuyHxGbtYALc6rfdJFZfX56HficQqd12kGq-2hXUDUwJZ_C5KiIZSHHvxeoj-J94UWXeocwrh2YCuQhpgEIlv6CUMFRP-wWh3QzCeQ/s320/Cartaz_AdeC_Lisboa_2012_ult_vers%25C3%25A3o.jpg" width="226" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: white;">O Instituto de Estudos sobre o Modernismo (IEMO) apresenta nos dias 23 e 24 de Janeiro, durante todo o dia, a partir das 9.30, no Auditório 1 da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, na Av. de Berna, 26-C, em Lisboa, um Encontro Internacional de especialistas intitulado “Álvaro de Campos e arredores”, organizado por Teresa Rita Lopes, Maria João Infante Serrado, Cláudia Souza e Nuno Ribeiro. A partir das investigações desenvolvidas pelos participantes (todos membros do IEMO) serão iluminados alguns recantos da obra não só de Campos, em particular, e de Pessoa, em geral, mas de seus mestres e de seus parceiros na aventura modernista, como também dos que actualmente, em diversos campos, se inspiram nas suas obras, principalmente artistas plásticos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Será apresentada simultaneamente uma exposição de esculturas em pasta de papel , de Rinoceronte: “Pessoa(s)”. No final do dia 24, pelas 17h30, será apresentado o 2º nº da revista <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Modernista</i>, que pode ser consultada on-line no site do IEMO: </span><a href="http://www.iemodernismo.org/"><span style="color: white;">http://www.iemodernismo.org</span></a><span style="color: white;">, assim como o programa destas Jornadas.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Álvaro de Campos e Arredores – Lisboa</span></b></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Programação</span></b></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><u><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">1º Dia (23 de Janeiro):</span></u></b></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><u><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Manhã</span></u></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">9:30 – 10:00 </span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">- Sessão de Abertura</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">10:00 – 10:45 [Conferência Inaugural]</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;"><span class="ecxapple-style-span">- Teresa Rita Lopes – </span>“<b>Álvaro de Campos, o chefe de orquestra do romance-drama-em-gente</b>”</span></span></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Pausa Café</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">11:00 – 12:30</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;">- Manuela Nogueira<b> – Álvaro de Campos - a tempestade à procura de O CAIS</b></span></span></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;"><span class="ecxapple-style-span">- Cláudia Souza – </span><b>O Engenheiro Álvaro de Campos e os seus projectos</b></span></span></span><br />
<span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;"><span class="ecxapple-style-span">- Nuno Ribeiro – </span><b>Capturar-se a si próprio nos mais vastos círculos – a Ode Marítima e a experiência dionisíaca</b></span></span></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Moderadora: Teresa Rita Lopes</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Pausa Almoço</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><u><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Tarde</span></u></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;"><span style="font-family: Times New Roman;">14:30-15:00 -<strong>Inauguração da exposição de esculturas em pasta de papel: <em>Pessoa(s)</em>, de Rinoceronte.</strong></span><br />
<strong><span style="font-family: Times New Roman;"><em> </em></span><span style="font-family: Times New Roman;">Breves palavras por Teresa Rita Lopes e Maria João Serrado</span></strong></span></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">15:00 – 16:30</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;">- Anabela Almeida – <b>Álvaro de Campos, o mestre de Violante de Cysneiros</b></span></span></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;">- Maria João Serrado – <b>Retratos do Sr. Engenheiro Álvaro de Campos</b></span></span></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;">- <span class="ecxapple-style-span">Ana Rita Palmeirim – <strong>Um Encontro Inesperado na Rota de Coelho Pacheco</strong></span></span></span></span><br />
<span class="ecxapple-style-span"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Moderadora: Maria do Céu Estibeira</span></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: right 405.0pt left 425.2pt; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: right 405.0pt left 425.2pt; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Pausa Café</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: right 405.0pt left 425.2pt; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: right 405.0pt left 425.2pt; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">16:45 – 17:45</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span lang="FR"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;">- Anibal Frias – <b><i>MERRRRRDA!</i> Le langage scatologique et «rudologique» de Campos</b></span></span></span></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;">- Nuno Hipólito – <b>Álvaro, Fernando e Ophélia: actores na heteronímia da paixão</b></span></span></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Moderadora: Anabela Almeida</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: right 405.0pt left 425.2pt; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: right 405.0pt left 425.2pt; text-align: justify;"><b><u><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">2º Dia (24 de Janeiro):</span></u></b></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><u><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Manhã</span></u></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">9:30 – 11:00 </span></div><pre style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman"; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;">- Ricardo Marques – <b>Ciência e Poesia: Campos e os outros eus no contexto de outros poetas modernistas</b></span></span></span></pre><pre style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman"; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;">- Luísa Monteiro – <b>As mulheres do teatro pessoano</b></span></span></span></pre><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;">- José António Costa Ideias – <b>O real e o verosímil - encontros imaginados (em torno de um objecto fílmico: “A Noite em que Fernando Pessoa se encontrou com Constandinos Kavafis” de Stelios Charalambopoulos)</b></span></span></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Moderador: Nuno Ribeiro</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">11:15 – 12:45</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;"><strong>Filme "Continuum" com apresentação dos realizadores Ana Barroso e Nuno M. Pereira </strong></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Pausa Almoço</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><u><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Tarde</span></u></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">14:30 – 15:30</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;">- Rui Lopo – <b>Eudoro de Sousa e Álvaro de Campos</b></span></span></span></div><pre style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;"><span class="ecxapple-style-span"><span style="font-family: "Times New Roman"; line-height: 150%;">- Lisandra Sousa – </span></span><b><span style="font-family: "Times New Roman"; line-height: 150%;">"Canadiana Eirin Mouré encontra-se com Pessoa em Toronto"</span></b></span></span></pre><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: right 405.0pt left 425.2pt; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Moderador: Ismahelson Andrade</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: right 405.0pt left 425.2pt; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: right 405.0pt left 425.2pt; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">Pausa Café</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: right 405.0pt left 425.2pt; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: right 405.0pt left 425.2pt; text-align: justify;"><br />
<span style="color: white; font-size: large;"></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: right 405.0pt left 425.2pt; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">16:00 – 17:00</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: right 405.0pt left 425.2pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;">- Ana Raquel Roque: <b>As <i>Notas para a Recordação do meu Mestre Caeiro</i>, de Álvaro de Campos – um afloração da realidade na ficção ou da ficção na realidade? </b></span></span></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span class="ecxapple-style-span"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;">- Maria do Céu Estibeira – <b>Da leitura de Milton e Whitman à estética de Campos</b></span></span></span></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span class="ecxapple-style-span"></span></span><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: large;"><span style="color: white;">Moderadora: <span class="ecxapple-style-span">Maria João Serrado</span></span></span></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Times New Roman; font-size: large;">17:00</span></div><div class="ecxMsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="color: white; font-size: large;">- Lançamento do segundo número da <em>Modernista – </em>Revista do IEMo <em>– </em>Instituto de Estudos sobre o Modernismo </span></span></div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-72039659525569318372012-01-08T02:47:00.000-08:002012-01-08T02:47:25.143-08:00«Fernando Pessoa: Filosofia, Religião e Ciências do Psiquismo Humano» (4ª Sessão)<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">A quarta sessão do Ciclo de Conferências «Fernando Pessoa: Filosofia, Religião e Ciências do Psiquismo Humano» ocorrerá no dia 11 de Janeiro de 2012, na Casa Fernando Pessoa. A sessão terá início às 18:30 e contará com a seguinte programação:</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">1- Nuno Venturinha: <i>Para uma edição completa da obra de Pessoa: o caso Wittgenstein</i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">2- Maria do Céu Estibeira: <i>O Exoterismo e as Ciências Ocultas na Biblioteca Pessoana</i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Organização: Paulo Borges, Nuno Ribeiro e Cláudia Souza</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSzsBYw7_MlsBqAdIyt91oQLmrlw_ny1JaGu9r29-WS2Zoy3whcXBZD0Zs5QciXSROo640qlKcyzZaAT6juqB5URXzAGuhtDX8x7hLztXQxRzRXUqRF4zNqz1QVw46sX4ZCbnUXEL7eFE/s1600/Pessoa+-+imagem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" rea="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSzsBYw7_MlsBqAdIyt91oQLmrlw_ny1JaGu9r29-WS2Zoy3whcXBZD0Zs5QciXSROo640qlKcyzZaAT6juqB5URXzAGuhtDX8x7hLztXQxRzRXUqRF4zNqz1QVw46sX4ZCbnUXEL7eFE/s1600/Pessoa+-+imagem.jpg" /></a></div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-89171866805777126422012-01-02T10:24:00.000-08:002012-01-02T10:26:37.769-08:00Fernando Pessoa na Academia das Ciências<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjVleWE_J-JsAmT246DX1O3_PpuC5nOvjEnMLzCr-dU4q-UvpLhikN4ZMEoR_7SoSu0XM57iSTbpwV6VVtd4ZsGZttZlUFhVHknQlKToPjo6T4V8dd1Nu2uK50_e1oBS0vu6XHRqMAhqU/s1600/Academia+das+ci%25C3%25AAncias.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" rea="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjVleWE_J-JsAmT246DX1O3_PpuC5nOvjEnMLzCr-dU4q-UvpLhikN4ZMEoR_7SoSu0XM57iSTbpwV6VVtd4ZsGZttZlUFhVHknQlKToPjo6T4V8dd1Nu2uK50_e1oBS0vu6XHRqMAhqU/s1600/Academia+das+ci%25C3%25AAncias.bmp" /></a></div><div style="text-align: justify;"><strong>A académica Teresa Rita Lopes irá proferir uma palestra na Academia das Ciências no dia 04 de Janeiro, às 17 hrs, sobre "Fernando Pessoa e a Política". Trata-se de uma grande oportunidade: os convidados poderão apreciar o belo ambiente da Academia das Ciências e aprender mais sobre Fernando Pessoa com a maior especialista pessoana de todos os tempos.</strong></div><div style="text-align: justify;"><strong>O endereço é: </strong></div><div style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #eeeeee;">R. Academia das Ciências, 19<br />
<span class="skype_pnh_print_container">1249-122</span><span class="skype_pnh_container" dir="ltr"><span class="skype_pnh_mark"> </span> <span class="skype_pnh_highlighting_inactive_common" dir="ltr" title="Chamar esse número de telefone em Portugal com o Skype: +3511249122"><span class="skype_pnh_left_span" skypeaction="skype_dropdown"> </span><span class="skype_pnh_dropart_span" skypeaction="skype_dropdown" title="Acções do Skype"><span class="skype_pnh_dropart_flag_span" skypeaction="skype_dropdown" style="background-position: -3579px 1px;"> </span> </span><span class="skype_pnh_textarea_span"><span class="skype_pnh_text_span"> </span></span></span></span></span></strong></div><div style="text-align: justify;"><span class="skype_pnh_container" dir="ltr"><span class="skype_pnh_highlighting_inactive_common" dir="ltr" title="Chamar esse número de telefone em Portugal com o Skype: +3511249122"><span class="skype_pnh_textarea_span"><span class="skype_pnh_text_span"></span></span></span></span><strong><span style="color: #eeeeee;">Telefone: <span class="skype_pnh_print_container">213 219 730</span><span class="skype_pnh_container" dir="ltr"><span class="skype_pnh_mark"> </span></span></span></strong></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;"><span class="skype_pnh_container" dir="ltr"><span class="skype_pnh_mark"><a href="http://www.acad-ciencias.pt/"><strong>http://www.acad-ciencias.pt/</strong></a></span></span></span></div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-1104160026050389472011-12-21T03:55:00.000-08:002011-12-21T04:03:22.669-08:00Prémio Pessoa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN6aa1uZwilhmcRyWokUE_q3Dzzi4EmFu6u2sc9Ak6IaKbH6_Qu5ZRGKVrkMjkaAZXqB-wuEVGGSLPyZB4a2XTuYjyEMIcs-GW02Hdb_CWxBf4-3oY-0PMbCSinOx0rvT3gfKnqz8flZg/s1600/IEMo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN6aa1uZwilhmcRyWokUE_q3Dzzi4EmFu6u2sc9Ak6IaKbH6_Qu5ZRGKVrkMjkaAZXqB-wuEVGGSLPyZB4a2XTuYjyEMIcs-GW02Hdb_CWxBf4-3oY-0PMbCSinOx0rvT3gfKnqz8flZg/s1600/IEMo.jpg" /></a></div>O maior ensaísta e filósofo português, Eduardo Lourenço, foi distinguido com o prémio Pessoa 2011. Considerado por todo jurí e possivelmente em todo Portugal como um pensador extraordinário com uma obra complexa e profunda nos estudos portugueses e pessoanos, Eduardo Lourenço recebeu um diploma e 60 mil euros.<br />
Muito em breve, os muitos admiradores deste ícone do pensamento português poderão ter acesso à sua obra completa. O primeiro dos 38 volumes da sua obra foi recetemente editado pela Fundação Calouste Gulbenkian.<br />
Parabéns ao nosso membro honorário!Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-58219408923496854502011-12-12T13:34:00.000-08:002011-12-12T13:40:47.259-08:00Café e Letras - As Prosas Todas de Álvaro de Campos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR8_ZoBjLWcxET6OTjlcUybO0Q8pu0Wv2pzRwv3ZyilLcULJ_luM3n5L_uWMLiZDfbV-pRNKJKffDCgZn6MT7gqoUJlNgQje790Fejp5RdCXDb0IU38b1_Qhhaq6xS4Bw89JckSUXydqI/s1600/Campos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR8_ZoBjLWcxET6OTjlcUybO0Q8pu0Wv2pzRwv3ZyilLcULJ_luM3n5L_uWMLiZDfbV-pRNKJKffDCgZn6MT7gqoUJlNgQje790Fejp5RdCXDb0IU38b1_Qhhaq6xS4Bw89JckSUXydqI/s1600/Campos.jpg" /></a></div><br />
<strong>Convidamo-lo a estar presente na próxima sessão do Café e Letras – Nós e os Clássicos<br />
<br />
Terça-feira, dia 13 de Dezembro, às 19H00</strong><br />
<br />
<strong>Na Livraria Almedina do Atrium Saldanha, em Lisboa sobre:<br />
<br />
As Prosas Todas de ÁLVARO DE CAMPOS<br />
<br />
Convidada: Teresa Rita Lopes</strong><br />
<strong>Livraria Almedina<br />
Atrium Saldanha<br />
Praça Duque de Saldanha, 1<br />
Loja 71, 2º Piso<br />
1050-094 Lisboa<br />
Tel: 213 570 428<br />
<br />
<span style="color: #0068cf;"><a href="http://bloguedoscafes.blogs.sapo.pt/">http://bloguedoscafes.blogs.sapo.pt/</a></span></strong>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-45633154765906759052011-12-04T01:08:00.000-08:002011-12-04T01:15:43.839-08:003º Sessão - «Fernando Pessoa: Filosofia, Religião e Ciências do Psiquismo Humano»<div style="text-align: justify;"><strong>A 3ª sessão do Ciclo de Conferências «Fernando Pessoa: Filosofia, Religião e Ciências do Psiquismo Humano» ocorrerá no dia 7 de Dezembro de 2011, com início às 18:30, na Casa Fernando Pessoa, e contará com a seguinte programação:</strong></div><div style="text-align: justify;"><strong><br />
</strong></div><div style="text-align: justify;"><strong>1 - Carla Gago<em>: O Modernismo e o "pré-científico": Ocultismo e Ciências do Psiquismo Humano</em></strong></div><div style="text-align: justify;"><strong><br />
</strong></div><div style="text-align: justify;"><strong>2 - Nuno Hipólito: <em>Fernando Pessoa, o supra-Wittgenstein</em></strong><br />
<br />
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><strong>Nuno Hipólito</strong>, além de ser um estudioso pessoano e autor de livros como "<em>As Mensagens da Mensagem</em>", é actualmente o responsável pela principal referência virtual dos assuntos pessoanos: <a href="http://blog.umfernandopessoa.com/">http://blog.umfernandopessoa.com/</a></span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><strong>Carla Gago</strong>, por sua vez, é uma estudiosa da Biblioteca Particular de Fernando Pessoa. Trabalha actualmente na sua conclusão de Tese de doutoramento sobre a questão da produção dramática no espaço literário pessoano.</span><br />
Nuno Hipólito e Carla Gago são integrantes do Instituto de Estudos sobre o Modernismo (<strong>IEMo</strong>). Assim como os membros da comissão organizadora deste evento.</div><div style="text-align: justify;"><strong><br />
</strong></div><div style="text-align: justify;"><strong>Convidamos, desde já, todos os interessados a estarem presentes nesta sessão.</strong></div><div style="text-align: justify;"><strong><br />
</strong></div><div style="text-align: justify;"><strong>Organização: Paulo Borges, Cláudia Souza e Nuno Ribeiro.</strong></div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-18902450502504483112011-11-26T16:30:00.000-08:002011-12-03T08:20:46.414-08:00Fernando Pessoa - RTP - 30/11<div style="text-align: justify;"><strong><span style="font-size: large;">Teresa Rita Lopes participará numa mesa redonda sobre Fernando Pessoa com a Directora da Casa Pessoa, Dra. Inês Pedrosa e o Presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, Dr. José Jorge Letria. A intervenção da Professora Teresa Rita Lopes será em torno do tema: "Fernando Pessoa cidadão do seu e do nosso tempo". </span></strong><strong><span style="font-size: large;">Sugerimos que participem também no debate: enviem rápido comentário para aqui ser publicado.</span></strong><br />
<strong><span style="font-size: large;">A transmissão do programa será do dia 30 de Novembro, aniversário da morte de Fernando Pessoa, no canal 2, das 14hrs às 15:30. Poderá também ser visto através do link:</span></strong><br />
<br />
<a href="http://www.rtp.pt/multimediahtml/video/sociedade-civil/2011-11-30"><span style="font-size: large;">www.rtp.pt/multimediahtml/video/sociedade-civil/2011-11-30</span></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><strong><span style="font-size: large;"><a href="mailto:patrialinguaportuguesa@hotmail.com">patrialinguaportuguesa@hotmail.com</a></span></strong><br />
<br />
<br />
<strong><span style="font-size: x-small;">Comentários</span></strong><br />
<br />
<strong><span style="font-size: x-small;">1º - <u>Anabela Almeida</u></span></strong><br />
<strong><span style="font-size: x-small;">«Fernando Pessoa e os outros de Orpheu<br />
<br />
Passam este ano 120 anos sobre o nascimento de três dos "rapazes" de <i>Orpheu,</i> Luís de Montalvor, a 31 de Janeiro, Alfredo Guisado, a 30 de Outubro e Côrtes-Rodrigues, a 28 de Fevereiro, seria interessante, quanto oportuno, promover um debate em torno destes outros poetas e das suas relações com o mentor da Revista literária portuguesa do século XX. Foi, por exemplo, na página do seu diário de dia 21/11/1914 que Fernando Pessoa registou: "É o Côrtes-Rodrigues quem, de todos, melhor e mais de dentro me compreende. Dizer-lhe isto".»</span></strong></div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5451190444941410724.post-30754423667351950312011-11-18T01:29:00.000-08:002011-11-18T01:29:43.155-08:00Álvaro de Campos - o regresso a Tavira - Carlos Brito<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIU8TmwEEeY-Tbch6nryFGuPAECRJyl6uiWkj5n4qhBFEikDSEi2vWG0rMtdFEZ_sr-jHvZjQuhLkPYV4EiMilNPLanA3nk12S5CiRiQe03nfroenNNYOW0Cn5vvWMVQu6Sp0SE3mm-OA/s1600/Tavira+-+Campos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" hda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIU8TmwEEeY-Tbch6nryFGuPAECRJyl6uiWkj5n4qhBFEikDSEi2vWG0rMtdFEZ_sr-jHvZjQuhLkPYV4EiMilNPLanA3nk12S5CiRiQe03nfroenNNYOW0Cn5vvWMVQu6Sp0SE3mm-OA/s1600/Tavira+-+Campos.jpg" /></a></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Mão amiga fez-me chegar o livro do I Encontro Internacional Álvaro de Campos, realizado em Tavira nos dias 15 e 16 de Outubro de 2010, em que, com muita pena minha, não pude participar.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">O livro é uma edição da Casa Álvaro de Campos, que lhe deu o título sugestivo <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Álvaro de Campos, o engenheiro de Tavira</i></b><i style="mso-bidi-font-style: normal;">. </i>Reúne uma dezena e meia de comunicações, na maior parte de investigadoras do Instituto de Estudos sobre o Modernismo (IEMO), além da apresentação da autoria do Presidente da Casa Álvaro de Campos, Carlos Lopes.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Não tenho dúvidas que este livro passa a ser uma peça incontornável para quem quiser tomar conhecimento ou aprofundar o conhecimento da «figura» e da grande poesia do heterónimo que Fernando Pessoa fez «nascer» na cidade do Gilão.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Ao abrir os trabalhos, no 120º aniversário do «nascimento» do autor da Ode Marítima, Teresa Rita Lopes, que dirigiu o Encontro, lançou aos participantes, o desafio de «olhar Campos de um novo ângulo».</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">A leitura das comunicações mostra que este desafio foi bem sucedido, a começar pelos textos da desafiadora.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Fixou, naturalmente, matéria conhecida, mas indispensável, como o «vivo» retrato de Álvaro de Campos: mais novo (dois anos), mais alto (dois centímetros), mais elegante, desenvolto, endinheirado, vivido e viajado do que o seu criador. Numa palavra, o «retrato melhorado» de Fernando Pessoa.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Merece, contudo, especial realce o que nos diz sobre o papel de Álvaro de Campos no universo pessoano, ou no «drama em gente», na palavra de Pessoa, a partir dos novos poemas conhecidos em 1990 e que ela própria trouxe a público.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Neste espaço reduzido, citemos apenas para seduzir o leitor a sua esplêndida síntese sobre a «imorredoura ficção» do autor de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Mensagem,</i> que é afinal Álvaro de Campos:</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">«Campos assume dramaticamente as duas vidas de Pessoa, a vivida e a sonhada. Representa ser o judeu errante no interior de si próprio, o impenitente solitário, o génio meio louco que Pessoa sofria ser, mas também o viajante cosmopolita com o dinheiro que Pessoa não tinha, escrevendo os seus poemas nos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">terrasses </i>dos hotéis ou a bordo dos grandes transatlânticos».</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">É este «algarvio» chamado Álvaro de Campos, a quem a Associação que leva o seu nome já tinha arranjado casa em Tavira, que regressou em força à sua terra natal, faz agora um ano, com a realização do I Encontro Internacional sobre a sua genial poesia, que assim será ainda mais projectada no nosso país e no mundo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Carlos Brito</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div>Pátria Língua Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/04924292959430339551noreply@blogger.com